Programa estadual tem garantido a compra de material escolar para milhares de estudantes maranhenses

"O programa tem me ajudado bastante", disse a lavradora Ana Cláudia Reis Lima Santana, beneficiária do Bolsa Escola (Mais Bolsa Família) em Grajaú, um dos 24 municípios da Região Tocantina, para onde o Governo do Maranhão destinou aproximadamente R$ 6,2 milhões este ano, em auxílio a mais de 120 mil crianças atendidas pelo programa estadual. Comerciantes e famílias de baixa renda da região comemoram o benefício.
Imperatriz é a cidade com maior quantidade de beneficiários do Bolsa Escola na Região Tocantina, com 23.802 alunos da rede pública atendidos, através de investimentos de aproximadamente R$ 1,2 milhão. Em seguida vêm Açailândia, com 15.058 estudantes beneficiados, por meio de mais de R$ 750 mil, e Grajaú, com 14.023 beneficiários e recursos da ordem dos R$ 700 mil.
A Região Tocantina é composta pelos municípios de Amarante do Maranhão, Arame, Buritirana, Campestre do Maranhão, Carolina, Cidelândia, Davinópolis, Estreito, Governador Edison Lobão, Itinga do Maranhão, João Lisboa, Lajeado Novo, Montes Altos, Porto Franco, Ribamar Fiquene, Senador La Rocque, São Francisco do Brejão, São João do Paraíso, Sítio Novo, São Pedro da Água Branca, Vila Nova dos Martírios, Imperatriz, Açailândia e Grajaú.
Para Ana Cláudia, do município de Grajaú, foi satisfatório o reajuste de 12,5% no valor do Bolsa Escola, elevando o benefício para R$ 51 por criança em 2017. "Esse ano foi melhor, ajudou mais com o aumento", disse a lavradora, que é mãe de Iderlane Lima Santana, 10 anos, Milane Lima Santana, 9 anos, e Elane Lima Santana, 6 anos.
Beneficiária do Bolsa Escola desde o ano passado, Ana Cláudia conta que tinha dificuldades para comprar material escolar antes do programa. "Hoje consigo comprar caderno, lápis, lápis de cor, cola, de tudo um pouco. Antes do benefício era mais difícil, não tinha dinheiro, agora está bom demais, ajudou bastante", afirmou.
"Estou sendo beneficiada desde o ano passado e tem me ajudado muito", disse outra beneficiária de Grajaú, a lavradora Rosângela da Conceição Sousa, que recebe o benefício pelos cinco filhos. Ela conta que antes do Bolsa Escola, faltava dinheiro para comprar produtos essenciais para o aprendizado das crianças. "Agora compro, além do material escolar, sandália e farda para eles irem estudar", disse Rosângela, que é mãe de Lucas da Conceição Sousa, 14 anos; Taiane Sousa da Conceição, 13 anos; Felipe Sousa da Conceição, 11 anos; Tales Sousa da Conceição, 8 anos; e Flávio Sousa da Conceição, 9 anos.

Estoque zerado

Proprietário da Papiros Papelaria em Grajaú, Júlio César Carvalho Cunha tem boas expectativas de venda para este ano, graças ao Bolsa Escola. "As vendas aumentaram bastante depois do programa. Esses dias mesmo, como ainda não começaram as aulas particulares, as vendas tem sido 90% do Bolsa Escola", afirmou.
O comerciante espera repetir o sucesso do ano passado, quando a clientela do Bolsa Escola zerou o estoque da loja. "A gente vendeu bastante, praticamente quase toda a mercadoria. Tivemos que pedir mais produtos para os fornecedores", declarou.
"O Bolsa Escola é bom para a família carente e para a gente, que é microempresário. Os beneficiários escolhem o material que querem e conseguem comprar de tudo. Antes o pessoal comprava menos, tirava do Bolsa Família para comprar", lembrou Júlio César.

Parceria com o cliente

O sucesso do Bolsa Escola em 2016 atraiu o interesse de mais estabelecimentos comerciais para este ano. Em 2017, a rede credenciada cresceu 69%, com 843 comércios habilitados para a venda através do programa em todo o estado. Mirando a concorrência, muitos lojistas estão recorrendo a estratégias de fidelização da clientela.
Em Açailândia, a fiscal de caixa do Bazar Ipanema, Bruna Oliveira Lima, conta que ajuda a consultar o saldo dos beneficiários, através do site www.bolsaescola.sedes.ma.gov.br. "A procura está grande, deu uma levantada nas vendas. Para nós lojistas é bom porque, no dia seguinte, o valor já está disponível. É só vantagem para todo mundo", disse Bruna.
Em Imperatriz, Raimundo Pessoa Coelho Neto, que é proprietário do Magazine Papelaria Imperatriz, conta que abaixou os preços dos produtos. "Diminuímos a nossa margem de lucro para poder ganhar na quantidade, por se tratar de um programa que veio atender ao anseio do pessoal mais carente e, consequentemente, melhorar o desenvolvimento do estabelecimento comercial", disse o comerciante que, no ano passado, obteve aumento de 30% nas vendas através do Bolsa Escola.