Ao dar uma volta pela cidade de Imperatriz na noite do domingo (05/05), presenciamos a grande quantidade de jovens escutando música e ingerindo bebidas alcoólicas próximos aos veículos deles próprios. Muito se tem falado sobre o alto índice de acidentes de trânsito, alguns com vítimas fatais, em nossa cidade pelo uso do álcool e imprudência. Todo o mundo acha que pode beber um pouco, pegar o automóvel e sair por aí e nossa sociedade é permissiva e complacente com as pessoas que dirigem embriagadas. O Código de Trânsito promulgado em 1997 prevê penas severas para o motorista que dirige embriagado. Ele perde a carteira de motorista e responderá a processos se for apanhado dirigindo bêbado. No entanto, como costuma acontecer em nosso País, não há fiscalização efetiva sobre os transgressores. Parece não existir, ainda, por parte das autoridades e dos cidadãos, a preocupação com o fato de que o álcool é a grande causa de morte no trânsito, e isso impede a adoção de medidas efetivas para resolver o problema.
Num primeiro momento, policiamento e repressão forte é o que resolve. Claro que programas educativos são importantes. Em alguns países as leis e punições são severas. É uma questão de postura social. É uma questão de saúde pública. O brasileiro é mais permissivo e não demonstra estar preocupado o bastante quanto à educação dos filhos no que se refere ao álcool. Quem já não escutou – “Bebe um pouquinho. Tudo bem. Um pouco só dá para dirigir”. Na verdade, não é bem assim. Mesmo bebendo pouco e a coordenação motora não estando seriamente comprometida, a euforia provocada pela bebida pode ser tão perigosa quanto não conseguir manobrar o volante com destreza. Como o problema é grave, a repressão tem de ser enérgica e é inevitável. Deve-se ter mais fiscalização e abordagens em blitz tanto pela SETRAN como pela PM. Mas, ao que parece, não há efetivo de pessoal para isso. Falta contingente para se ter com mais frequência esta fiscalização. Precisamos o quanto antes, através de nossos representantes governamentais, que revejam a real necessidade de uma abordagem mais enérgica sobre o fato.

Maurício Casanova
Médico Perito Examinador DETRAN-MA
Especialista em Medicina do Tráfego