Hemerson Pinto
Não é de agora. O problema apenas aumenta a cada ano. “Por esse período, entrando no mês de novembro, o normal seria o rio estar bem acima do que agora. Hoje, por exemplo, o nível está mais baixo do que no veraneio. Você pode olhar. A Praia do Meio está ‘de fora’ e o banco de areia começa nela e a gente consegue ver até longe”, diz assustado o barqueiro Antônio da Conceição.
Curica, como é conhecido o profissional com 40 anos de experiência nas águas do rio Tocantins, aponta que o sobe e desce inconstante do nível do rio atrapalha a navegação antes tranquila. Mesmo quem tem experiência corre o risco de envolver-se em acidentes durante o percurso.
“Não é mais botar o barco na água e seguir tranquilamente, como se fazia até algum tempo atrás. O trajeto para o mesmo lugar para onde transportamos todos os dias, até mais de uma vez, pode mudar em questão de horas, principalmente pelos bancos de areia. Você vê ele mais no meio, por exemplo. Na hora de voltar, a areia pode estar aparecendo mais pras margens. Aí é hora de alterar o percurso”, explica Curica.
Acostumado com viagens entre o Cais de Imperatriz e o povoado Embiral, Curica reconhece os perigos do rio, do qual antes conhecia ‘cada metro quadrado’ de água. “Agora não. Depois das barragens, mudou muito e muda todo dia. Como está hoje, a gente tem que sair procurando brechas para não bater em pedras ou ficar em bancos de areia”, alerta.
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