Porta do Banco do Brasil da Quatro Bocas é sinal da revolta

Hemerson Pinto

Um dos exemplos de que a greve dos bancários está tirando algumas pessoas do sério foi registrado em Imperatriz na agência do Banco do Brasil na Avenida Bernardo Sayão, Quatro Bocas. Inconformadas com falta de dinheiro nos caixas eletrônicos, algumas pessoas se reuniram e quebraram o vidro de uma das portas. A Polícia Militar foi acionada, mas não conseguiu chegar aos autores da ação. A greve dos bancários em todo o país entra para a terceira semana.
Na última sexta-feira, a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) lançou proposta de reajuste de 7,1%, o que foi rejeitado pelos bancários em assembleia. Segundo o sindicato da classe no Maranhão, a proposta dos banqueiros é rebaixada e insuficiente. As reivindicações são pelo reajuste de 22%, contratação de mais bancários, isonomia, PLR de 25% linear, piso do Dieese (R$ 2.860,21), reposição das perdas salariais, combate ao assédio moral, saúde, segurança, respeito à Lei das Filas e melhora das condições de trabalho e atendimento nas agências.
“Está passando da hora dessa greve acabar. Sei que estão lutando pelo que eles têm direito, mas desse jeito a gente está ficando prejudicado. Não é fácil você aguentar, precisando sacar dinheiro, sabendo que tem na sua conta, andar em todas as agências do seu banco na sua cidade e em todas receber a informação de que não tem dinheiro nos caixas eletrônicos. É sacanagem!”, desabafa o pedreiro Antônio de Araújo, após percorrer várias agências acompanhando a esposa, que desejava fazer saque na conta poupança do casal.
Enquanto os bancos não reabrem, muita gente necessita enfrentar as filas em casas lotéricas e outros pontos autorizados a realizar pequenas transações, como saques em valores reduzidos e pagamentos de boletos.
O diretor regional do Sindicato dos Bancários do Maranhão em Imperatriz, Cassio Valdenor, informou que a greve deve continuar por tempo indeterminado.
Em Imperatriz, as 11 agências dos bancos públicos continuam fechadas. O atendimento continua normal nas agências de bancos privados, os quais não aderiram à paralisação.