Senador Roberto Rocha
Há gestores que atuam como varejistas de problemas. A sua rotina é uma grande gincana em busca de soluções imediatas e muitas vezes passageiras. O resultado é sempre frustrante, pois a variedade de problemas será sempre superior à capacidade de resolvê-los um a um.
Já vi muitos gestores desanimarem diante desse quadro. Não importa o tamanho do orçamento, os aglomerados humanos são desafios que só podem ser enfrentados na lógica das oportunidades, e não na capitulação diante da vertigem do problema.
É nessa perspectiva que me propus enfrentar uma questão que representa um salto de qualidade para a segurança alimentar de Imperatriz e da região. Não me conformo com o fato da cidade, com toda sua vitalidade, não possuir um sistema organizado de produção e distribuição de alimentos, a exemplo do que ocorre nas maiores cidades de cada estado brasileiro.
Minha proposta, que já está adiantada, é a criação de uma Central de Abastecimento, a chamada Ceasa, por entender que o atual Mercadinho já não atende à demanda da região.
Imperatriz está próxima de mananciais e pode ser um polo de fomento para a produção de frutas e legumes, desde que o poder público atue como catalizador, oferecendo as condições para a expansão do setor.
A presença de uma Central de Abastecimento atua no sentido de emular a formação de preços, de acordo com a oferta e a procura, sem qualquer interferência por parte do Governo. É um espaço da livre iniciativa, do empreendedorismo sadio, que á a marca que distingue a região tocantina.
As Ceasas, no sistema de atacado, atuam como espaços de aproximação entre produtores e consumidores, beneficiando a ambos ao fornecer produtos com maior regularidade e qualidade, agregando vantagens ao compartilhar informações técnicas e soluções de embalagem e logística.
Uma Ceasa, portanto, não é apenas um território de comercialização, mas principalmente uma oportunidade de juntar forças e competências, dividir experiências e estabelecer uma correlação de forças saudáveis entre produtores e consumidores de modo a remunerar melhor os agricultores, ao mesmo tempo oferecendo preços mais atraentes aos consumidores.
O projeto segue firme. Já temos até a indicação de um local apropriado, que negociei junto ao Governo Federal, que se mostrou sensível à questão. O importante é formular soluções que tenham o poder de se organizar em novos modelos, já testados em outros lugares. Pensar grande, explorando economicamente a riqueza, ao invés de explorar politicamente a pobreza
Não devemos nos conformar com o fato do Maranhão, um estado produtor por excelência, ter apenas uma Central de Abastecimento, na capital, relegando o interior à receber os restos de uma política tacanha, que não projeta o futuro que os maranhenses merecem.
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