Raimundo Primeiro
Tenho um irmão. Seu nome é Patrick e nós brincamos muito, todos os dias, principalmente a tarde, quando estamos de folga das atividades escolares. Ou seja, quando encerramos as tarefas de casa, com a ajuda da mamãe, que se chama Dindinha. Corremos para o quintal lá de casa, que é enorme. Caímos na folia, na maior agitação, até cansarmos!
Estudamos pela manhã e a nossa escola fica um pouco distante. Não reclamo, pois estamos sempre acompanhados dos nossos pais. Na maioria das vezes, contudo, é a mamãe que nos levam para o colégio.
Eu tenho 3 anos e o Patrick 2. Gosto muito dele, corremos pela casa atrás do nosso gato, o Perdido. Ele é amarelinho e brincalhão. Foi a Taís quem o encontrou.
O bichano é o maior sucesso entre a molecada que mora próxima a nossa casa. Já o desenhei algumas vezes, mostrando para os meus coleguinhas de sala de aula o quanto ele é bonito e engraçado. Gosta de correr o dia inteiro e até entra no quarto da mamãe. Ela fica brava. Ele é peralta mesmo, porém um mimo!
Desde que chegou lá em casa, o Perdido atrai a atenção de todos, com os visitantes olhando para as suas traquinagens o tempo todo. Os sorrisos logo aparecem, espontaneamente. Ninguém consegue ficar indiferente em relação ao seu comportamento.
Certo dia, o Perdido aprontou uma. O gatinho desapareceu durante duas horas. Percebemos o seu sumiço em decorrência do silêncio predominante. Tudo calmo até mesmo no quintal. Sem barulhos.
Começamos a procurá-lo. E a procura se estendeu por cerca de uma hora. O tempo passava. E nada! Não conseguíamos encontrá-lo.
Já estávamos preocupados. Eu não ficava quieto um instante sequer. Pensava que ele poderia ter ido até a porta de entrada e saído, ganhado a rua. Cheguei, inclusive, a pensar que ele havia sido atropelado.
- Mamãe! Mamãe! Mamãe! Cadê o nosso Perdido?
Interrogava, a todo instante.
- Calma, filho! Ele saiu para brincar por aí. Já olhou para o telhado, lá no quintal?
Foi aí que tive a ideia: correr para o arborizado quintal.
Olhei, olhei, olhei. Pensava não encontrar mais o nosso Perdido.
Depois de algum tempo, avistei o gatinho. Ele estava em cima da nossa caixa d’água. Lá, no alto!
Estava brincando com uma gatinha. Não foi fácil tirá-lo. Consegui.
A partir dali, portanto, o Perdido começara as suas aventuras. Depois, conto outras.
As histórias continuam.
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