Domingos Cezar

Um grupo de ativistas culturais liderados pelo promotor público João Marcelo Trovão e pelo presidente da Fundação Cultural de Imperatriz (FCI), Antonio Mariano de Lucena Filho, esteve reunido na noite dessa terça-feira (4), na sede da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), com o secretário de Estado de Cultura, Luis Bulcão. A pauta do encontro: cobrança de políticas públicas para cultura, por parte do governo do estado.
João Marcelo Trovão, que além de ativista cultural é promotor de justiça na área da defesa da criança e do adolescente, explicou ao secretário que a cobrança tem sentido, uma vez que, atraídos pela dança, teatro, música, entre outras atividades artísticas, crianças e adolescentes dificilmente cruzam o caminho das drogas. João Marcelo sugeriu incluir no currículo escolar disciplina de dança, canto, arte cênica, entre outras manifestações culturais. “Temos que transformar a escola em algo prazeroso”, afirmou.
Em nome do grupo, Trovão apresentou ao secretário Luis Bulcão uma pauta de reivindicações, destacando entre estas a extensão da escola de música do Maranhão; uma orquestra de câmara (jazz e erudito), uma extensão da biblioteca Benedito Leite e um novo teatro, pois de acordo com o grupo, o Teatro Ferreira Gullar, com apenas 160 lugares, já está defasado e não comporta grandes espetáculos.
O promotor apresentou também, dentro da área de orçamento e planejamento, a previsão de um percentual com piso de investimento. Para João Marcelo, Imperatriz - que possui pelo menos um quarto da população de São Luís - merece proporcionalmente os mesmos recursos que são dirigidos somente para a ilha capital. “A cidade de Imperatriz, que possui dezenas de grupos culturais, fica alijada desses recursos”, reclamou o ativista cultural.
João Marcelo afirmou que o grupo possui um calendário de eventos elaborado por técnicos da Fundação Cultural de Imperatriz e cobrou a vinda do secretário pelo menos uma vez por mês a Imperatriz para debater políticas públicas culturais com as pessoas interessadas nesta área. Para o promotor, somente quem atua com cultura no município sabe exatamente para qual grupo ou instituição as verbas do estado para cultura devem ser destinadas.
O presidente da FCI, Lucena Filho, revelou ao titular da Secult que a lei municipal de incentivo à cultura está andando e garantiu que muito em breve será encaminhada para apreciação e aprovação da Câmara Municipal. Lucena lembrou que a FCI mantém parceria cultural com a Associação Artística de Imperatriz (Assarti), com a Fundação Rio Tocantins e com o próprio governo do estado, através da Secult, na realização do carnaval.
Lucena Filho destacou algumas ações da Fundação Cultural, a exemplo da realização da Conferência e do Fórum Municipal de Cultura; a realização de uma audiência pública na Câmara, projeto “Nossa Arte na Escola”, projeto “Seis e Meia”, no Paço do Zuzinha, a reforma da biblioteca que, segundo ele, vai ser instalado um ponto de cultura que será uma referência, realização dos festejos juninos, entre outras atividades.