Nem mesmo os estudantes e professores de uma escola localizada no espaço público escapam das ações marginais. Farmácias nas proximidades são visitadas pelos infratores e passageiros que aguardam ônibus nos pontos da praça são vítimas com frequência.
Dona Eva dos Reis estava em uma das paradas de ônibus da Praça Brasil quando foi abordada por um rapaz que lhe perguntou as horas. Ao desviar a atenção para olhar no relógio, “ele avançou na minha mão e puxou uma sacola com roupas que tinha acabado de comprar pra minha filha. Uma calça, duas blusas e peças íntimas, mais ou menos uns R$ 150 no total. Saiu correndo na direção da escola. Gritei, mas ninguém fez nada. Também nem chamei a polícia. Um homem me disse que eles roubam para trocar por droga. Minha vontade foi de chegar em casa logo”, contou por telefone.
A dona de casa é moradora do município de Governador Edison Lobão e sempre aguarda o ônibus na Praça Brasil. “Nunca tinha acontecido isso. Uma semana depois eu estava na praça de novo e um vendedor de frutas me disse que outra mulher passou pelo mesmo episódio um dia depois. Levou a bolsa dela com dinheiro e celular”, afirmou durante a denúncia feita à nossa reportagem.
À noite, estudantes, professores e funcionários de farmácias próximas à Praça Brasil afirmam que um grupo de pessoas em situação de rua, incluindo uma criança, vive de fazer pequenos furtos nas farmácias e até tomar de assalto bolsas, joias e celulares. “Eles gostam de ficar ali, ao lado da escola, em frente à igreja São Francisco. É um pouco escuro e deserto. De la saem para fazer as ‘paradas’ deles, somem e daqui a pouco já estão lá trocando por drogas”, explicou a funcionária de uma farmácia.
Durante o dia, a presença de pessoas responsáveis pelos crimes é menor diante da movimentação na Praça Brasil. “Mesmo assim, acontecem, como aconteceu comigo”, reforça a dona Eva dos Reis. (Hemerson Pinto)
Publicado em Cidade na Edição Nº 15208
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