Domingos Cezar
As histórias de Grajaú, Imperatriz e Marabá se entrelaçam dos primórdios dos tempos, quando o grajauense Francisco Coelho passou pela “Terra do Frei” para fundar, na confluência dos rios Tocantins e Itacaiúnas, uma pequena povoação, a qual denominou de Marabá, por ser um apreciador das obras literárias do poeta maranhense Gonçalves Dias.
Nas décadas de 20 e 30, emigrantes libaneses que residiam em Grajaú – que no ano passado completou 200 anos de fundação – a exemplo de Chico Coelho, deixaram a cidade e rumaram para Marabá, com o intuito de explorar comercialmente a extração e venda de borracha e castanha do Pará, que abundavam naquela região por esta época.
Atualmente, o grajauense Sálvio Dino, advogado e escritor, membro da Academia Imperatrizense de Letras (AIL), da Academia Maranhense de Letras (AML) e presidente da Academia Grajauense de Letras (AGL), tenta entrelaçar esses três importantes municípios com suas culturas, artes, tradições e vivências.
Com essa finalidade, Sálvio Dino visitou em julho do ano passado a Academia de Letras do Sul e Sudeste do Pará, sediada em Marabá, mantendo um dos primeiros encontros entre os acadêmicos. Por sua ligação histórica, propalou-se nas reuniões da AIL uma visita e troca de experiência com os confrades acadêmicos paraenses.
As duas Casas de Letras maranhenses não foram a Marabá. Porém, por iniciativa dos acadêmicos Noé von Atzingen e João Brasil Monteiro, a Casa de Letras do sul e sudeste paraense vieram a Imperatriz para, por intermédio da Fundação Casa da Cultura de Marabá, realizar no Salão do Livro a exposição Nanquim Amazônico.
A exposição, conforme explica Noé Atzingen, enfoca como personagens garimpeiros, pescadores, castanheiros, caboclos, além de paisagens que fazem parte do cotidiano marabaense. Sob a coordenação de Noé von Atzingen, a mostra foi exposta durante o mês de maio, em São Luís, onde recebeu a admiração do povo ludovicense.
Bastante apreciada no Salão do Livro de Imperatriz, a exposição Nanquim Amazônico conta com a participação dos artistas Rildo Brasil, Jands Milhomem Barros, Valdimar Lopes Barros, Walney Oliveira, Pedro Morbach, Domingos Nunes, Antonio Morbach, Rando Pimentel e Augusto Morbach.
Para a presidente da Academia Imperatrizense de Letras, professora e escritora Edna Ventura, a exposição dos artistas marabaenses veio enriquecer ainda mais a décima edição do SALIMP, cujo evento literário é patrocinado pela Prefeitura Municipal de Imperatriz, Governo do Estado do Maranhão e a ELETROBRAS.
O prefeito de Imperatriz, Sebastião Madeira, que nos momentos de folga visita os estandes, adquire livros e aprecia as diversas obras expostas, se disse admirado com a qualidade técnica dos elementos usados pelos artistas marabaenses. “O povo de Imperatriz tem uma ligação muito grande com Marabá, cuja cidade, a partir de agora, também passa a ser ligada através da arte e da cultura”, frisa Madeira.
Shows artísticos
A novena de shows musicais começou no sábado (23) com a apresentação do cantor Neném Bragança, seguida das apresentações dos artistas Chico César, Lena Garcia, Dorivã, Carlinhos Veloz, Jonathan Sousa, Luis Carlos Pinheiro, Marcos Lucena e Zeca Tocantins, encerrando domingo (1º) com o show do artista paraense Nilson Chaves.
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