*Elson Araújo

Todo ser humano tem a capacidade de ser líder, no mínimo líder de si mesmo. Líder dos seus sentimentos, das suas atitudes e das suas escolhas. No entanto, há líderes cujo conjunto de atitudes perpassa a liderança de si mesmo. As palavras, o modo de falar, os gestos, até mesmo seu silêncio, encantam, estimulam, motivam, alimentam e mantêm sonhos vivos.
Religioso ou político, militar ou comunitário, sindical ou tribal, um líder no exercício desse mister precisa ser vigilante para que, assim, mantenha seu exército, seja de que tamanho for, motivado. Motivado para pregar e viver o amor, como ensinava e ensina o maior de todos os líderes, Jesus de Nazaré, ou defender uma causa, como o pastor Martin Luther King, que ficou conhecido pela luta contra a segregação racial e pelos direitos civis, nos Estados Unidos.
Reunir mentes e a força do trabalho ao redor de um ideal comum não é tarefa fácil, é preciso influenciar positivamente de forma que todos se encantem, valorizem, respeitem e acreditem na causa, ou melhor, tenham confiança no líder e deem o melhor de si; sem isso, a liderança fica vazia e os resultados não aparecem.
Liderar é fazer os outros acreditarem que são capazes e que é possível mudar o mundo para melhor. Tarefa para os grandes líderes. Cada líder com suas peculiaridades, embora haja sempre características em comum. Estudos apontam pelo menos seis traços que costumam diferenciar os líderes dos liderados: ambição, energia, desejo de liderar, honestidade e integridade, autoconfiança, inteligência e conhecimento.
Para Israel Crisótomo (O que é ser líder, 2008), o líder tem que ter visão, paixão, pensamento estratégico, habilidade de comunicação, automotivação, habilidade de unir pessoas, poder pessoal, capacidade de adaptação, disciplina, resolução e capacidade de se relacionar.
O estudioso define ainda o líder como aquele que tem a capacidade de administrar pessoas e equipes de personalidades diferentes e gerenciá-las, mobilizando-as para objetivos comuns.
Crisótomo assinala ainda que liderar é comunicar às pessoas seu valor e potencial de forma tão clara, tão forte que elas acabem por ver esse líder em si mesmas e que sejam capazes de se colocar em movimento sentindo-se parte do processo. Em outras palavras contribuir para a formação de novos líderes.
Por fim, diante do que se vê, pode se afirmar que o mundo sofre de carências, carências múltiplas, e uma delas é a de uma maior quantidade de líderes preocupados, sobretudo, com o bem comum.

  Elson Mesquita de Araújo é jornalista.