Vez por outra ouço e leio a seguinte frase: “Eu não conheço a chave para o sucesso, mas a chave para o fracasso é tentar agradar todo mundo”. Com algumas variações, tal frase é atribuída a muitos autores, no entanto teria sido realmente dita pela primeira vez pelo comediante americano Bill Cosby. Independentemente de quem tenha sido o verdadeiro autor, a mencionada frase encerra uma verdade extremamente incisiva: é impossível agradar a todos, por mais esforço que se faça.
Essa incapacidade de agradar o mundo se verifica em todas as sociedades. Sempre haverá um, ou uns descontentes por atos de ação ou de omissão. A diferença é que alguns gritam; outros, por vezes, preferem o silêncio.
Os gestores, sejam da iniciativa privada ou do setor público, são os que mais lidam com a “energia das insatisfações”. Por mais esforçados e trabalhadores que possam ser, o enfrentamento à intolerância e à insatisfação é rotina. É assim em Imperatriz e em qualquer canto desse imenso planeta. Vejo isso de perto na gestão do prefeito Sebastião Madeira.
Em se tratando de Imperatriz, constata-se facilmente que a dificuldade para se administrar a cidade é e será sempre inerente a qualquer gestor. Foi assim, para falar nos mais recentes, com Jomar e Ildon; é com Madeira, e certamente será com o seu sucessor, que terá a sorte de encontrar uma Prefeitura prontinha para grandes saltos no futuro graças ao trabalho árduo de organização interna hoje executado por sua gestão.
É com grande habilidade política que Madeira tem administrado a segunda cidade mais importante do Maranhão e isso não se faz agradando a todos. Tente um gestor agradar a todos, aliados ou não, e o fracasso será certo. Madeira tem feito o que é preciso e pode fazer pela cidade.
Nas três esferas de governo, o fluxo é permanente: se ganha e perde-se aliados. Numa gestão, sobretudo municipal, perder um aliado é muito fácil: bastar contrariar seus interesses. Dizer um não, mesmo necessário e legal, nunca é bem vindo e pode romper laços antigos e trincar amizades.
Um aumento de salário, pedidos de diárias, pedido de patrocínio e facilidades burocráticas em órgãos da administração municipal, negados; o atraso no pagamento de algum fornecedor, o pedido de emprego impossível de ser atendido sem concurso; a demora na raspagem de uma rua, ou na tapagem de um buraco; e até o impedimento na transposição de filas, tudo pode contrariar interesses e resultar em rompimento.
Grande parte daqueles que nesses casos dos “nãos” rompem, na verdade quer resolver mesmo é seus problemas pessoais e não os problemas da cidade. Um bom e habilidoso gestor é obrigado a conviver diariamente com isso, e se não souber, é preciso aprender a dizer não quando necessário, sob pena de fracassar.
Bill Cosby tem realmente razão: é impossível agradar a todos. Foi e sempre será assim.
* Elson Mesquita de Araújo é jornalista
Comentários