Hemerson Pinto
“Quatrocentos reais me ofereceram um e outro deixavam por até R$ 650 o que antes me ofereceram por R$ 800”, disse o desempregado Reginaldo Soares. No último domingo, ele visitou a área invadida no início do ano, nas proximidades do bairro Bom Jesus.
Reginaldo não tinha o dinheiro, mas disse que ia tentar conseguir com parentes para garantir um pedaço de chão. Orientado por amigo, ele resolveu desistir. “Se isso não for pra frente, é mais um prejuízo que vou tomar”. Na última terça-feira, ele voltou a conversar com nossa reportagem e disse que ainda pensava em arriscar.
Dona Rosinete é uma das pessoas que afirma ter sido prejudicada. “Nós entramos aqui para garantir um pedaço de chão para construir nossas casas, pois moramos de aluguel. Enfrentamos as primeiras brigas com pessoas que se diziam donos, tudo influenciado pelos líderes da invasão. Agora, depois que as coisas estão se encaminhando, os mesmos líderes estão negociando os lotes de quem não fica aqui presente”, denuncia.
A expectativa de Rosinete e das centenas de famílias que já começaram a construir barracos para garantir os lotes é que vão conseguir na Justiça o sonhado terreno para a construção da casa própria. “Tem gente que está tão confiante que já começou a fazer foi de tijolo”, comentou.
Outra participante da invasão, mas que pediu para não ter o nome revelado, afirma que conhece alguém que comprou um dos lotes. “A pessoa vendeu um lote que já estava separado. Vendeu por R$ 700, o cara pagou na hora. Eu fico imaginando é se não der certo. Eu pelo menos não investi nada, a não ser o tempo”, diz.
Para seu Nonato, outro que já construiu um barraco no lote que reservou, “nós temos a certeza que isso aqui vai dar certo, nossos advogados estão garantindo isso”, lembrando que os reclamantes da área também recorrem à Justiça.
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