Ao professor cabe a nobre e difícil missão de ensinar o ABC das letras e da vida. A primeira professora é como o primeiro amor, ninguém jamais esquece. Nela nos espelhamos, nos inspiramos e até nos influenciamos ao ponto de também querer ser professor “quando crescer”.
É a ela a quem recorremos quando o colega peralta nos dirige alguma invertida, como a cutucada de lápis, por exemplo. É a opinião dela que conta quando queremos homenagear a mamãe e o papai nas festinhas alusivas aos dias dos pais e das mães na escola.
Lembro com carinho da minha primeira professora, a Dulcinete, da escola Urbano Rocha. Foi ela quem me ajudou a dar os primeiros passos no mundo das letras. Ensinou-me o Beabá, o a-e-i-o-u. E assim tomei gosto por este maravilhoso mundo da leitura e da escrita.
Ao professor, é atribuído o mérito de abrir os olhos de alguém, dar cabo à pior cegueira que, ao contrário do que dizem, não é aquela de quem não quer enxergar, mas sim a de quem não sabe ler.
Eu sou do tempo em que o aluno respeitava o professor como autoridade na sala de aula, mas sobretudo como pessoa. Sou do tempo do giz, do quadro negro, da prova mimeografada, da obrigatoriedade de cantar o Hino Nacional no portão da escola e de tantas outras prerrogativas, que acredito terem contribuído com o que tenho de melhor.
Infelizmente, junto com a modernidade tecnológica e o carinhoso tratamento (tia), veio também o desrespeito ao mestre e a ousadia amparada pela chamada liberdade de expressão, que muitas vezes é confundida com anarquia na sala de aula.
Vejo com repúdio e tristeza as estatísticas de agressões verbais, morais e até físicas de alunos contra professores. E o que é pior, acontecem na própria sala de aula, onde deveria reinar o silêncio e a compenetração de todos. Se não pelo aprendizado, que fosse em respeito aos demais presentes.
Então me surge espontaneamente a pergunta: como será que tais indivíduos tratam os pais, em casa? Em seguida, me vem automático e instantaneamente a resposta: eles não lhes ensinaram a lição de casa.
Dedico a coluna de hoje aos nossos amados mestres, pela passagem da data de hoje. Feliz Dia dos Professores.
Aos caríssimos leitores, aproveitem bem o feriado.
*Dije Guedes - Jornalista
Publicado em Cidade na Edição Nº 14830
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