Hemerson Pinto
Strogonoff de frango, legumes, salada de frutas na sobremesa, misturado à música foram os ingredientes do prato especial de aniversário de cinco anos do Restaurante Popular de Imperatriz. Frequentadores assíduos do local foram surpreendidos quando chegavam para formar a fila na entrada e observavam que já haviam pessoas do lado de dentro. Eram os organizadores da festa que aconteceu na manhã de ontem.
Depois que as crianças do coral Curumins saborearam o almoço reforçado, a porta foi liberada para aqueles que frequentam há muito tempo. Homens e mulheres de várias idades tomaram suas bandejas e lugares e repetiram o gesto que fazem há meia década.
“Almoço aqui desde o segundo dia de existência desse restaurante. Tenho pressão alta e preciso de acompanhamento. Isso eu encontro aqui, pois já sabem do jeito que eu posso comer e sempre vem comida diferente. Além disso, moro sozinho”, informa Francisco Valdeci de Lima, morador do bairro Santa Rita. Segundo informações da coordenação da casa, Francisco pode ser incluso no público permanente do restaurante, representado por 80% dos frequentadores. São pessoas que procuram o ambiente todos os dias.
“A finalidade do restaurante é produzir refeições para a coletividade, para pessoas que estão em risco nutricional e vulnerabilidade alimentar, pessoas que não têm acesso a alimentação de qualidade, diversificada, balanceada, e pessoas de baixa renda, que não têm condições de fazer uma alimentação de qualidade no centro da cidade, não têm como ir em casa na hora do almoço e costumam optar por um lanche rápido. Essas pessoas não têm qualidade na alimentação”, explica o coordenador do Restaurante Popular, o nutricionista Amauri Pereira de Freitas.
Os agentes de limpeza pública Fredson de Sousa e Gildernei Brasil também estão entre as 650 pessoas servidas diariamente pela equipe de 34 funcionários do Restaurante Popular. Moradores do bairro Bacuri sempre aproveitam os dias em que ficam de plantão no Centro para almoçar pagando apenas R$ 1 (um real). “É mais fácil do que a gente ir almoçar em casa, fica longe, gasta tempo”, comenta Fredson ao lado do amigo.
Segundo o coordenador do restaurante, cerca de 40 refeições são distribuídas gratuitamente a moradores de rua, que todos os dias procuram a porta lateral do restaurante à espera da entrega das marmitas. “São as doações feitas às pessoas que moram nas ruas e não têm como custear o valor do prato”, confirma Amauri.
Desde que iniciou as atividades, o Restaurante Popular oferece refeições ao valor de R$ 1 (um real). “O prefeito pediu que o preço permanecesse de R$ 1, entendendo que o restaurante é para o povo de Imperatriz, para os mais simples. Atendemos moradores de rua, pessoas que passam por aqui e não têm como pagar”, declara a secretária de Desenvolvimento Social, Mirian Reis, lembrando que nos primeiros dias de funcionamento o restaurante servia em média 200 pratos por dia. A secretária informou que existe um projeto para reforma do Restaurante Popular.
Para atender ao público que começa a chegar pouco antes de 11h, o caldeirão do restaurante começa a funcionar às 6h30. O quadro de funcionários é formado por cozinheiros, nutricionistas, auxiliares de cozinha, assistentes sociais e auxiliares de serviços gerais.
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