A tecnologia de gestão de propriedades rurais foi discutida pelo Sebrae, Sagrima e Parceiros. O Balde Cheio é aplicado em 17 municípios da região em projeto do Sebrae. A proposta é levar para mais 250 propriedades rurais na área de atuação das unidades regionais do Sebrae de Imperatriz e Açailândia.
Visando expandir a aplicação da tecnologia Balde Cheio na região tocantina, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Maranhão (Sebrae), a Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Sagrima) e representantes de entidades parceiras estiveram reunidos nessa segunda (26) no auditório do Centro de Convenções em Imperatriz, discutindo melhorias para o segmento leiteiro.
Entre as ações discutidas na ocasião estão a capacitação dos técnicos extensionistas, que aplicam a tecnologia nas propriedades rurais atendidas pelo projeto Agronegócio do Leite e Derivados na Região Sul, que executa a tecnologia Balde Cheio nas Unidades Regionais do Sebrae de Açailândia e Imperatriz, e métodos inovadores aplicados, como uma maneira de ampliar o número de produtores rurais beneficiados pelo projeto.
A tecnologia Balde Cheio é resultado de uma parceria entre o Sebrae no Maranhão e a Embrapa Pecuária Sudeste, de São Carlos (SP), para a implantação de uma metodologia de gestão de propriedades rurais com foco na produção leiteira e chegou ao estado quando o Sebrae buscava formas de transferir tecnologia para pequenos produtores rurais, conhecimento de formas de manejo e de fácil acesso, para aplicar nos projetos focados em produção leiteira.
Além da região tocantina, o Sebrae aplica a tecnologia em outros sete municípios atendidos pelas unidades regionais de Bacabal e Grajaú, dentro do projeto Cadeia Produtiva do Leite no Médio Mearim, também com excelentes resultados.
De acordo com o superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins, atualmente 17 municípios atendidos no território de atuação das Unidades Regionais do Sebrae em Imperatriz e Açailândia, pertencem a cadeia produtiva do leite. Ele destacou que o projeto de Agronegócio do Leite e Derivados na Região Sul já alcançou bons resultados, uma vez que média diária de produção cresceu cinco vezes em relação ao que foi registrado antes do projeto ser implantado no estado pela entidade, a partir de 2008.
“Por meio da aplicação da tecnologia do Balde Cheio, o Sebrae apoia os produtores da região que podem produzir mais leite e vender mais qualidade. Esse aumento se reflete na qualidade e quantidade, hoje temos produtores que, com suas vacas, saltaram de 1,5 litro por animal diariamente para oito litros por animal diários, fruto de um rendimento melhor desses animais. Esse é um exemplo de caso de sucesso do Sebrae no Maranhão. Essa parceria com o governo estadual e outros atores desta cadeia produtiva busca melhorar ainda mais o trabalho desenvolvido pelos nossos produtores leiteiros”, frisou João Martins.
Hoje, no Maranhão há um rebanho leiteiro com cerca de 709 mil vacas que produzem em média 393 milhões de litros de leite por ano, cujo valor de mercado alcança R$ 403 milhões, o que é suficiente para colocar o estado entre os quatro maiores produtores de leite do Nordeste.
Proposta
De acordo com o secretário estadual de Agricultura e Pecuária, Márcio Honaiser, a parceria com o Sebrae e demais órgãos envolvidos é para ajudar no desenvolvimento da cadeia produtiva do leite no estado, por conta do sucesso que é a tecnologia Balde Cheio.
“Queremos, com o apoio do Sebrae, Agerp, Aged e demais instituições envolvidas, estender os benefícios que a tecnologia Balde Cheio já faz às 130 famílias assistidas pelo Sebrae, para mais 250 propriedades. Temos um investimento de 2 milhões de reais para alavancar a produção de leite e o número de negócios. Pretendemos começar a trabalhar ainda este ano. Por isso nos reunimos para sintetizar a realização e manutenção do projeto”, afirmou.
Para o presidente do Sindicato das Indústrias de Leite e Derivados do Estado do Maranhão (Sindileite), Alexandre Ataíde, essa parceria ajudará a organizar a indústria, refletindo em melhorias para os laticinistas da região.
“São ações importantes para melhorar o trabalho do setor, mais produtores terão informações tecnológicas e ocuparão o espaço de direito da indústria no Maranhão, sendo referência para estados vizinhos”, pontuou.
Explanação
Durante a reunião em Imperatriz, o consultor credenciado do Sebrae no Maranhão, Júnior Rosseto, fez uma apresentação da tecnologia Balde Cheio aos parceiros envolvidos na bacia leiteira da região tocantina, mostrando a composição técnica do projeto, como é desenvolvido, as propriedades atualmente atendidas, bem como exemplos de melhorias na produção após a adesão.
Ele ainda destacou que o Balde Cheio é uma metodologia de transferência de tecnologia para produtores de leite, que também objetiva atualização dos participantes sobre conceitos da produção intensiva do leite.
Foram ainda destacadas as formas de criação do gado leiteiro, as etapas seguintes que resulta na venda final ao consumidor; formas de melhorar o rendimento dos animais para que produzam mais leite por dia e dados de produção das propriedades já atendidas pelo Sebrae no Maranhão. E ainda são discutidas ações que possam melhorar as estradas, nutrição do gado e a indústria de maneira geral.
Também estiveram presentes na reunião o gerente da Unidade Regional do Sebrae em Imperatriz, Danilo Borges; a gerente da Unidade Regional do Sebrae em Açailândia, Rosilene Borges; presidente da Federação de Agricultura do Maranhão (Faema), Raimundo Coelho; consultores do Sebrae, técnicos da Agência Estadual de Pesquisa Agropecuária e de Extensão Rural do Maranhão (Agerp), Agência Estadual de Defesa Agropecuária do Maranhão (Aged) e outras entidades que atuam no desenvolvimento da cadeia produtiva do leite na região.
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