O laudo sobre a causa da mortandade de peixes no rio Tocantins, fato ocorrido no início de setembro, deve ser concluído na próxima semana. A análise está sendo feita pela Universidade Estadual do Maranhão (Uema).
Segundo o diretor do curso de Ciências Biológicas da Uema, Marcelo Silva, não há causa exata para a mortandade dos peixes, porém tem-se indícios que ela teria sido provocada por uma substância tóxica liberada no rio. “Algumas empresas que fazem produção de gelo ali utilizam amônia no processo e poderiam, numa lavagem ou coisa deste tipo, ter liberado uma quantidade maior do que a recomendada e ter gerado essa mortandade, visto que a amônia é altamente tóxica”.
Silva destacou ainda que para uma análise mais precisa era necessária a utilização de um equipamento que não há na universidade. “O que nós temos é com base no material que trouxeram para cá e não temos como fazer muita análise deste tipo. Precisaríamos ter o HPLC, para saber com precisão que tipo de substância teria causado a morte dos peixes”.
O professor Marcelo ressaltou ainda que é necessário monitorar frequentemente o rio Tocantins. “A amônia é muito tóxica, mas ela se volatiza muito rápido. Então, se você for três dias depois coletar a água, já não tem mais. A gente até sugeriu que seja feito um monitoramento mais contínuo do rio”.
Após a conclusão do estudo, o laudo será encaminhado para o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama). A princípio, a investigação da mortandade seria por parte do Ibama e do Ministério Público Estadual, Promotoria de Meio Ambiente, entretanto o caso foi encaminhado para o Ministério Público Federal. (Paula de Társsia – Do Minuto)