Javier di Mar-y-abá, autor da música Ave de Aribação, foi ao velório e enterro

Hemerson Pinto

O velório do cantor e compositor Neném Bragança aconteceu durante todo o dia de ontem na matriz de Santa Teresa D’Ávila, bairro Beira-Rio. Amigos e pessoas que prestigiaram durante décadas o trabalho do artista lamentaram a morte do ‘Papa festivais’, como ficou conhecido. “Um cara que deixou uma dor para o Brasil inteiro por onde viajou ganhando grandes festivais”, resumiu o cantor Negrini.
Cantor e compositor da cidade de João Lisboa, Victor Cruz (Cruz Gago), conhecido nacionalmente pela autoria da música ‘Tentei te esquecer’, chegou a participar de festivais com Neném Bragança e até gravou uma canção do artista imperatrizense nascido no Pará. “Gravei uma das canções dele, amigos de muitos anos. Há pouco tempo participamos juntos de um festival e ele já comentava que estava com um problema de saúde. Infelizmente, não conseguiu vencer. Uma grande perda”, lamentou o músico.
Para Washington Brasil, Neném Bragança representou “a resistência do compositor que carregou nas costas o nome dessa cidade por todo o Brasil e não teve o reconhecimento merecido, principalmente do poder público”, desabafou, comentando que os artistas locais merecem mais apoio dentro da própria cidade e dos companheiros da classe artística.
Zeca Tocantins - “É como se fosse a música da minha poesia”, disse Zeca Tocantins, referindo-se ao amigo que inúmeras vezes interpretou músicas de sua autoria em festivais pelo Brasil.
“Em 1980 criamos o grupo Trempe de Barro e disputamos nosso primeiro festival e vencemos. O grupo ficou muito conhecido, inclusive gravando trilha sonora de filmes. Neném participou de mais de 100 festivais pelo Brasil, deve ter trazido mais de 50 troféus. O trabalho dele tinha qualidade. Onde chegava o povo já comentava: ‘Ih! Chegou o ‘Papa Festivais’. Era um grande concorrente. Interpretou muita música minha pelos festivais e em shows dele”.