O diretor-conselheiro da Fundação Rio Tocantins – Memorial do Pescador (FRT) e diretor de relações públicas do Conselho Municipal do Meio Ambiente (COMMAM), ambientalista Domingos Cezar, surpreendeu vereadores, autoridades e convidados presentes na audiência pública que debateu os problemas atinentes ao assoreamento e alto grau de poluição verificados e constatados no rio Tocantins.
“Vejo nesse debate como se a CAEMA (Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão) fosse a única vilã nesse processo de degradação das margens e leito do rio, porém, na minha visão, o esgoto jogado in natura dentro do leito do rio ainda é fichinha diante da grandiosidade do problema”, disse Domingos Cezar, cobrando uma ação por parte do poder público e representantes da sociedade civil organizada.
Na visão do ambientalista, o que vem matando o rio Tocantins, que há muito vem perdendo sua capacidade de volume d’água, é a derrubada indiscriminada das matas ciliares do rio, riachos, restingas, lagoas e lagos; a construção de hidrelétricas sem eclusas e passagens de peixes, a retirada ilegal de areia e a grande quantidade de lixo que é jogada nos riachos que cortam as cidades.
Para o ambientalista, a única saída para sanar esse terrível problema, que para ele não é apenas de ordem ambiental, mas econômico e social, é a união do poder público e da sociedade civil no sentido de replantar as áreas degradadas e, no caso específico de Imperatriz, de se constituir uma legislação que se proíba terminantemente que se retirem areia e seixo de cima ou das proximidades das praias.
“Para que os senhores tenham uma ideia, a cidade de Marabá tem uma forte movimentação na área da construção civil, tanto quanto Imperatriz, porém lá não se permite que as empresas retirem areia e seixo nas proximidades das praias, pois existe lei que proíbe esse tipo de crime ambiental”, afirma o conselheiro, ressaltando que a própria comunidade fiscaliza essa legislação de nível municipal.
De acordo com Domingos Cezar, o rio Tocantins não suporta mais ser “invadido” por hidrelétricas, as quais são construídas sem a passagem dos peixes e as eclusas. “E ainda se debate, como aconteceu recentemente, a questão da hidrovia Araguaia/Tocantins que viabiliza o transporte fluvial. “Mas como se pensa em hidrovia sem que se construam eclusas nas hidrelétricas?”, questionou.
Ao ver que o debate desviou da área ambiental para a política partidária, Domingos Cezar fez um encaminhamento solicitando que a Câmara de Imperatriz dê exemplo paras as demais de nossa região e Bico do Papagaio, aprove uma lei proibindo a retirada de areia das praias e que ela seja feita do leito do rio. “Dessa forma sim, vamos evitar o assoreamento causado pela derrubada da mata ciliar”.
No final da audiência, o presidente da Comissão de Planejamento, Uso, Ocupação do Solo e Meio Ambiente, Rildo Amaral, reuniu-se com o ambientalista e pediu que este redigisse o projeto de lei para ser apresentado na Câmara Municipal de Imperatriz proibindo tal ato. “De posse desse projeto, vamos levá-lo ao conhecimento dos vereadores de São Miguel do Tocantins para que eles façam o mesmo”, sugeriu Domingos Cezar. (Assessoria/FRT)
Publicado em Cidade na Edição Nº 15299
Ambientalista pede socorro para salvar o rio Tocantins
Para Domingos Cezar, o esgoto da Caema é fichinha para o alto grau de poluição
Comentários