Illya Nathasje
O PROGRESSO recebeu na tarde de ontem, em sua Redação, as alunas Julia Rangel e Thallita Essi, do curso de Jornalismo da UnB - Universidade de Brasília, que estão em Imperatriz pesquisando sobre as consequências que o beribéri deixou na cidade e região, além das cidades de Balsas, Santa Inês, Zé Doca e Bacabal, onde foram registrados casos esporádicos. A atividade será divulgada no jornal laboratório que o curso mantém, sendo inclusive o mais antigo entre todas as faculdades de Jornalismo. Completam o grupo de pesquisa os alunos Marcelo Tobias e Bruna Rocha.
Há 10 anos, a região tocantina viveu um surto de beribéri, doença provocada pela falta de vitamina B1 no organismo, que resulta em fraqueza muscular e dificuldades respiratórias. Autoridades ligadas à área de infectologia detectaram que o fator que mais contribuiu para o avanço da doença residia na associação do beribéri com a existência de uma micotoxina existente no arroz consumido pelos moradores. Isso impedia a absorção pelo organismo da vitamina B1 ou tiamina. No Maranhão, apontou-se ser a área mais afetada pela doença, por estar na região amazônica, com predominância de clima tropical úmido, ofereceu as condições adequadas para o surgimento da doença.
À época, o governo do Estado, sob o comando do falecido governador Jackson Lago, por meio da Secretaria de Saúde, comandada pelo médico Edmundo Gomes, criou o Plano Estadual de Enfrentamento ao Beribéri, com a participação do Ministério da Saúde; do Desenvolvimento Social e Combate à Fome; de Agricultura e Desenvolvimento Agrário, Anvisa, Aged, Sagrima; de Desenvolvimento Social, Conab e Consea.
Durante os anos de 2006 a 2008, a Secretaria de Saúde informou terem sido registrados 1.225 casos da doença e 11 óbitos em todo o Maranhão. Esses números, no entanto, são discutíveis. Há registro de que a quantidade de mortos pode ter sido muito superior, 42 no total.
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