Geovana Carvalho

As altas temperaturas registradas nos últimos dias em Imperatriz trazem à cena um velho problema: os focos de incêndio.
Segundo dados do 3º Grupamento de Bombeiros Militar-MA, em Imperatriz, nos meses de junho e julho deste ano, já foram constatados mais casos de incêndio do que no mesmo período de 2010.
A chefe de operações do 3º GBM de Imperatriz, Tenente Kátia, afirma que “este ano a seca castigou mais cedo”. A Tenente informa que nos últimos meses o número de solicitações feitas ao grupamento por telefone aumentou em 300%.
Tenente Kátia diz que entre os meses de julho e setembro, todos os anos, são registrados os maiores índices de incêndio. “É o período mais crítico”, conclui.
O 3º GBM atende a Imperatriz e a 15 municípios circunvizinhos, tem um quadro de 62 homens, quando o ideal, segundo a chefe de operações Tenente Kátia, seria de 429 homens só para Imperatriz. “Dos 62 homens, 28 trabalham só no aeroporto, então ficam disponíveis 34 para atender Imperatriz e cidades vizinhas”, destaca.
O Corpo de Bombeiros conta com 2 caminhões, com capacidade de 2 mil e 6 mil litros cada um.

Queimadas na região Sul podem ser potencializadas por baixa umidade do ar

O gerente executivo da Unidade do Ibama em Imperatriz, Orlando de Assunção, relata serem altos os níveis de queimadas em todo o estado do Maranhão.
Orlando de Assunção diz haver distinção entre queimada e incêndio. As queimadas são feitas controladamente, os incêndios involuntariamente.
Segundo ele, de 01 a 16 de agosto foram registrados no estado 2.917 focos de queimadas. Os municípios campeões em queimadas são: Alto Parnaíba, com 391 casos, Mirador e Balsas, com 363 registros cada.
Orlando de Assunção explica que, na região Sul do estado, estão concentrados os principais focos, devido às plantações de cana e soja. O agricultor ainda utiliza o fogo para limpar as plantações, para preparar a terra, para renovar o pasto. “Existem técnicas de preparação do solo sem queimadas, mas que não chegaram ainda ao produtor rural [da região]”, comenta o gerente executivo.
“O que nos preocupa não são as queimadas, mas as condições climáticas, a baixa umidade relativa do ar [ fatores que potencializam incêndios]”.
Ele ainda assegura que o Ibama oferece formação a produtores rurais de técnicas que dispensam o uso de queimada. “Não é interessante chegar e multar porque o fogo já queimou. O Ibama se reestruturou e trabalha com a prevenção, com atividades de educação ambiental”.