Buraco no meio da ponte provocou acidente
Protesto iniciado na madrugada de sábado

Hemerson Pinto

Na edição do último sábado, publicamos matéria sobre a chegada do asfalto aos bairros Cinco Irmãos e Vila JK, assim como na Boca da Mata. Nos dois primeiros, a Avenida São João, que passa ao lado do 50º Batalhão de Infantaria de Selva, foi contemplada com a camada asfáltica, inédita desde que a rua foi aberta, em 1979.
A moradora Maria Ferreira, uma das mais antigas da avenida, comentava sobre a alegria que ficou após a chegada do serviço, trabalho realizado pelo Governo do Estado. O único problema, segundo os habitantes dos bairros cortados pela avenida, é a ponte de madeira sobre o Riacho Capivara. De acordo com os moradores, a estrutura deveria ser reformada ou substituída por uma de concreto, trabalho que seria do município.
Na madrugada do mesmo sábado, um grupo de moradores resolveu iniciar um protesto com o objetivo de destruir a ponte, o que passou a impedir o tráfego de veículos. Os condutores que pretendem chegar à BR-010 ou ao bairro Nova Imperatriz necessitam procurar desvios por dentro da Vila JK ou pelo bairro Cinco Irmãos.
“Ficou pior assim. Já que o asfalto chegou, a ponte, mesmo com problemas, ainda aguentava a gente passar. Agora, ficou comprometida e daqui a pouco vem abaixo. Vamos ter de ir pela Avenida JK agora, que também não está muito boa para trafegar”, comentou o taxista José Carlos, que desde a chegada do asfalto na Avenida São João escolhia a via como caminho para a Nova Imperatriz e a BR-010.
A manifestação foi realizada com uma fogueira embaixo da ponte. O fogo foi consumindo aos poucos os troncos de madeiras que sustentam a ponte. O Corpo de Bombeiros foi chamado e controlou o princípio de incêndio. Durante o trabalho do 3º Grupamento de Bombeiros Militar, um dos oficiais comentou que em pouco tempo os moradores voltariam a atear fogo na ponte. O militar estava certo.
Na manhã de ontem, a estrutura era novamente consumida aos poucos pela fogueira produzida pelos manifestantes embaixo da ponte. Além do fogo, foram colocados galhos de árvores e pedaços de madeira para garantir a interdição da avenida. “Essa ponte já provocou acidente por causa dos buracos que têm nela. São dois buracos que estão há mais de semana”, disse um homem que assumiu a autoria do incêndio na ponte.
A Polícia Militar foi acionada e permaneceu durante algum tempo observando a manifestação. Do outro lado da ponte, os moradores reunidos em uma calçada pensavam nos próximos passos do protesto. “Se o fogo não derrubar essa ponte até a noite, a gente completa o serviço. Não dá é para ficar com um asfalto novo como esse e uma ponte caindo aos pedaços”, disse uma mulher que preferiu não se identificar.
Nossa reportagem deixou o local do protesto pouco antes do meio dia de ontem e a ponte continuava inteira, apesar da estrutura abalada pelo fogo.