Agentes de trânsito cumprindo escala na Praça Brasil

Hemerson Pinto

A quantidade de agentes de trânsito que estariam exercendo atividades apenas nos limites do centro de Imperatriz despertou comentários do vereador Fidélis Uchoa. Na última quarta-feira, no programa de TV apresentado por ele, o repórter disse que estava indignado, como estavam, segundo ele, todos os imperatrizenses que dependem de algum tipo de veículo para se deslocar pela cidade.
“Vai chegar um momento que vai ser dado um nó”, alertou.
Em conversa com a reportagem de O PROGRESSO, no mesmo dia, Fidélis também comentou a insatisfação enquanto condutor de veículo. O vereador explicou que são necessárias ações no sentido de melhorar o trabalho dos agentes e que alguns preferem ficar à sombra e na calçada, “batendo papo e multando veículos que passam”, complementa.
Para o motorista de uma empresa de comunicação, Wener Lucena, “tem exagero na quantidade de guardas no Centro. Era interessante colocar alguns nas travessias da BR entre 7h e 8h, meio dia e 18h, quando o pessoal sai do trabalho para bairros naquela direção. Ali está cada um por si”.
O presidente do Sindicato dos Agentes de Trânsito de Imperatriz (Sinatran), Meceno Neto, afirma que, enquanto agente, ele e os colegas não podem emitir opinião sobre a Secretaria de Trânsito. “Nós trabalhamos em regime de escala. É a secretaria que determina. “Muitas vezes recebemos solicitações de condutores para nos deslocarmos até outro setor atender alguma ocorrência. Nós não podemos sair do ponto determinado porque caracteriza abandono de serviço”, justifica.
Meceno informou que a Secretaria Municipal de Trânsito dispõe de 45 agentes para trabalharem na tentativa de organizar o trânsito da segunda maior cidade do Maranhão, divididos em dois turnos. A marcação de setores aonde os agentes devem atuar é feita com base nas demandas recebidas pela Setran.
No papel de presidente do sindicato da classe, Meceno tem opinião parecida com a do vereador. Ele diz que, além do Centro, existem alguns pontos em Imperatriz que necessitam a presença mais efetiva dos guardas, como é o caso do setor Mercadinho. Outro exemplo de fiscalização precária no trânsito de Imperatriz, citado por ele, são as marginais da BR-010, principalmente na área dos viadutos e passarelas. “O DNIT tem de resolver a estrutura e a PRF a fiscalização”, declarou.
Ameaça – O presidente do Sinatran aproveitou a conversa com a reportagem para revelar que agentes sofrem ameaças de morte por condutores de veículos durante abordagens. O último caso teria acontecido na manhã de ontem, na Praça Brasil. De acordo com Meceno Neto, uma pessoa empunhou um porrete para intimidar um dos fiscais. “Eu mesmo sofro ameaça de morte há muitos anos. Quem acha que vai intimidar terá a resposta da justiça”, comenta.