Illya Nathasje
Desde o último dia 5 que a LATAM Airlines Brasil promoveu mudanças nos voos que opera em Imperatriz. Retirou da malha, os voos São Luís-Imperatriz-São Luís e Brasília-Imperatriz-Brasília. Em seu lugar, um único voo, agora Brasília-Imperatriz-São Luís-Imperatriz-Brasília. Já o voo Guarulhos-Imperatriz-Guarulhos continua sem alterações.
Sob o título LATAM melhora horários de voos no Maranhão, a empresa enviou, dia 7 passado, a O PROGRESSO nota onde informa as mudanças e ressalta que os novos horários são mais convenientes para os passageiros. Em busca de detalhes, a reportagem foi ao Aeroporto Prefeito Renato Moreira onde conversou com passageiros, taxistas e prestadores de serviços e constatou não ser bem assim. Há divergências!
A mudança de horários promovida pela LATAM ainda que possa ter horário mais conveniente aos passageiros como alega a empresa. Além de prejuízos financeiros a estes, causou também prejuízos a Imperatriz. A começar pela retirada do voo São Luís-Imperatriz-São Luís, a matemática é simples: menos voos, menos oferta de assentos, menos assentos disponíveis, passagens mais caras. Essa é só a ponta da cadeia do prejuízo.
A começar pela nova formatação. Ainda que a cidade continue servida pela empresa com destino a São Luís e Brasília, na prática, há menos disponibilidade de assentos para os imperatrizenses e também para quem de São Luís ou de Brasília se destina a nossa cidade, isso porque antes havia dois voos chegando e partindo daqui com 174 lugares cada, agora como o voo virou escala, o número de assentos depende...
Hoje, por exemplo, quem quiser viajar para São Luís, terá que desembolsar o exorbitante preço de R$ 600,89 pela passagem mais barata. E quem vier de São Luís não paga menos: R$ 607, 95.
A ROTA DO ÊXODO
Por conta da concentração do voo, a taxa de ocupação ficou maior o que para a empresa é ótimo, pois dá mais rentabilidade, mas para o passageiro a menos disponibilidade de assentos significa preços altos. Melhor, mais caros. Sem solução, o destino é pegar o caminho de Marabá e a partir da semana que vem, Araguaína também. Ambas, distantes de Imperatriz 250 quilômetros em média.
A cidade paraense tem as três companhias, TAM, GOL e AZUL operando. O resultado disso é mais oferta de lugares e preços mais baratos. Consultado ontem (à tarde, 16h) no site da empresa, o preço da passagem para viajar na próxima segunda-feira, dia 02, de Marabá a Brasília (veja print's abaixo) custava R$ 371,79, e de Imperatriz, na mesma data e para o mesmo destino, PASMEM! R$ 1.114,89.
MENOS MOVIMENTO
Em tempos difíceis na economia Brasil afora, a mudança promovida pela LATAM prejudicou, além de taxistas e prestadores de serviços que atuam no aeroporto, também a rede hoteleira. Para os taxistas, menos voos, menos passageiros, na área de alimentação, menos consumidores. Com o voo saindo para São Luís às 11h e para Brasília às 16h25, vende-se quando muito, água mineral ou um suco e um cafezinho. Já na rede hoteleira, a diminuição de oferta de assentos provocou baixa na taxa de ocupação,
FALTA REPRESENTAÇÃO POLÍTICA
Sem um deputado ou senador pra chamar de seu, a segunda maior cidade maranhense e maior metrópole regional entre 4 estados (Pará, Tocantins e Piauí) fica a mercê das decisões que não consideram as condições do mercado local. Não há explicação para a diferença de preços praticada pela mesma companhia aérea como a demostrada (print's acima) para os preços praticados entre as cidade de Imperatriz e Marabá, para o mesmo dia (segunda feira, dia 02) e mesma cidade, Brasília. Também não se vê na entidades de classe, mobilização que possa mudar esse quadro.
Um exemplo de como fazer vem da cidade de Araguaína, onde a classe empresarial encontrou eco na política. Depois problemas no aeroporto local e um tempo sem voos comerciais de grande alcance, buscou-se resolver as questões de tráfego e depois a busca por companhias aéreas. Promoveu-se reuniões na ANAC baseados em planilhas a partir de levantamento de preços efetuados em rotas com distâncias parecidas. Tudo em busca de preços compatíveis. O primeiro resultado já foi conquistado. Neste domingo, a GOL, em parceria com a PASSAREDO, volta a operar no aeroporto local.
AZUL ELIMINA VOO PARA CAMPINAS
Apesar dos incentivos recebidos pelo governo do Estado, que reduziu o imposto sobre o combustível visando incentivar a aviação regional, as empresas aéreas deitam e rolam nos ceus de Imperatriz. Um exemplo mais recente é o da empresa Azul Linhas Aéreas Brasileiras. Quando aqui chegou, tinha voo para Belo Horizonte e Belém, além do voo para São Luís. Primeiro eliminou um, depois outro, restando agora somente o voo para São Luís e conexões. A última da empresa foi retirar o voo para Campinas, apontado como de excelente taxa de ocupação, sem a divulgação de um comunicado sequer.
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