O advogado José Lamarck diz que “fatos naturais” não podem ser atribuídos ao prefeito Madeira

O advogado José Lamarck Lima, ex-presidente da Câmara de Vereadores de Imperatriz, registra que a última grande chuva que caiu sobre a cidade ocorreu em 1984, na gestão do ex-prefeito José de Ribamar Fiquene (in memória), quando houve o acúmulo de água que arrasou diversos bairros, fato divulgado nos telejornais em rede nacional.
“Esse é um evento ligado ao fenômeno El Niño, que ocorre no pacífico e provoca chuvas no sul do país e seca no nordeste. Já o La Niña causa cheia na região nordeste e seca no sul”, explica ele, que observa ainda ter sido registrado quase 160 milímetros de água em um único dia de chuva em Imperatriz, suficiente para um período de 60 dias.
Dr. Lamarck, como é mais conhecido, lembra que o Jornal Nacional chegou a noticiar o ex-prefeito Fiquene com calças arregaçadas em via pública próximo à Praça de Fátima, no Centro, em Imperatriz. “Na época, fornecedores chegaram a suspender o envio de produtos para lojas, achando que a cheia havia inundado o centro comercial”, recorda.
Para ele, a oposição se aproveita de “fatos naturais” para tentar responsabilizar a gestão do prefeito Sebastião Madeira. “O prefeito não tem culpa nenhuma, mas temos um fato inconteste: a culpa é de administrações anteriores”, diz ele, ao observar que todos os córregos estão cobertos por casas, estreitados e assoreados sem permitir a fluidez da água durante um intenso período chuvoso em Imperatriz.
O advogado lembra ainda que o curso natural da água acabou sendo obstruído ao longo dos últimos 45 anos em que reside em Imperatriz, onde faltou fiscalização do município para coibir esses absurdos às margens dos riachos e córregos. “O processo eleitoral tem essas falhas, pois o eleitor acaba construindo em cima do riacho, e quando a chuva chega não tem para onde escorrer, sendo que não se pode atribuir esse fato à atual administração, pois é um problema sistemático – é um modelo”, assevera.
Francismar Bahia, acadêmico do curso de Direito, também salienta que “os alagamentos são resultados da ausência de políticas que poderiam ter sido evitados em gestões anteriores a do prefeito Madeira, como a proibição de construção de casas na beira dos riachos”. “Essas pessoas precisavam de um lugar para morar, foram construindo e, de forma irresponsável, os administradores na época deixaram que isso acontecesse”, frisa.
Ele aconselha que os “moradores precisam ter consciência do problema ambiental causado com essas construções irregulares às margens dos riachos e córregos que atravessam a cidade de Imperatriz”. “A maioria das pessoas pega o lixo e despeja nos riachos; é preciso que todos colaborem com a gestão municipal, evitando esses transtornos ambientais, pois a natureza não dá recado, vem e faz!”, conclui.