Manifestantes não sabem quando retornam ao acampamento
Redes no pátio do Incra, cena comum há cinco dias

Hemerson Pinto

O grupo formado por cerca de 70 pessoas, representantes de 35 famílias do acampamento Monte Alegre, do município de Itinga-MA, ocupam desde a última segunda-feira a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária - Incra, em Imperatriz. O objetivo é permanecer por tempo indeterminado, até os manifestantes obterem resposta favorável aos acampados.
“Queremos que nossa situação seja resolvida. Estamos há oito anos naquele local aguardando o Incra resolver e até agora continua da mesma forma. Já saiu o decreto, o mapa da terra, como vão ficar as divisões da área, por quadra, blocos, quando a terra for liberada para o assentamento”, explica o líder do acampamento, Francisco de Assis.
Segundo o representante do grupo, várias reivindicações foram feitas via ofícios ao Incra, solicitando agilidade no processo para transforar a área em assentamento, o que representaria uma conquista para as 35 famílias, compostas por cerca de 100 pessoas. Como não foram atendidos, resolveram viajar até Imperatriz.
“Hoje vivemos uma situação complicada. Se quisermos água, temos que ir com baldes ou bacias ao rio Nova Descoberta, que passa a mais ou menos 300m do assentamento. Vivemos em casas cobertas por lonas. Nossas crianças estudam em vilas distantes entre 4k e 20km do lugar onde estamos”, reclama Francisco.
Desde que ocuparam a sede do órgão em Imperatriz, os moradores do acampamento Monte Alegre permanecem acomodados em redes ou barracas espalhadas no pátio do Incra. Na manhã de quinta-feira, 24, os manifestantes impediram que os funcionários permanecessem no local do trabalho. “E assim vai ficar até nossa situação ser resolvida”, reforça Francisco de Assis.
O acampamento Monte Alegre existe na área que há até 15 anos pertencia à Fazenda Mineiro Monte Alegre, distante 80km da sede do município de Itinga.