Domingos Cezar

A Academia Imperatrizense de Letras (AIL) recebeu na reunião semanal da última quinta-feira (28) um expressivo número de acadêmicos, bem como as presenças de duas personalidades ligadas à cultura da cidade, as quais discorreram sobre dois importantes temas defendidos pela Academia: literatura e a luta do Movimento Cultural de Imperatriz para conseguir um prédio abandonado da Caema para transformá-lo num Centro Cultural.
Ao se pronunciar, o professor e vereador Marco Aurélio da Silva Azevedo (PCdoB), que na semana passada apresentou na Câmara Municipal um projeto de lei que garante aos escritores locais que pelo menos 20% de suas obras sejam adotadas nas escolas da rede pública de ensino. O projeto garante também a obrigatoriedade do Poder Executivo em manter o Prêmio Literário Academia Imperatrizense de Letras, oficializado no ano de 1995.
O projeto do vereador Marco Aurélio foi concebido pelo professor, escritor e acadêmico José Ribeiro, com a participação de outros acadêmicos. "A proposição é da Academia de Letras, eu sou apenas um instrumento de apresentar o projeto de lei como representante do povo na Câmara Municipal", disse Marco Aurélio, ressaltando que protocolou o projeto na secretaria, que o encaminhou para as Comissões de Educação e Cultura para apreciação dos seus membros.
"Quando o projeto for apresentado em plenário, gostaria de contar com a presença dos acadêmicos na sessão para reforçar nosso pedido", disse o vereador, ressaltando que não tem dúvida de sua aprovação, pois tem conversado com outros colegas que demonstram interesse em aprová-lo. Marco Aurélio encerrou dizendo ter um grande respeito pela Academia de Letras, "bem como a cada membro desta Casa de Letras, com a qual quero manter parceria", concluiu o vereador.
Centro Cultural - O promotor público João Marcelo Trovão, um dos líderes do Movimento Cultural de Imperatriz (MCI), falou dos encaminhamentos que o Movimento fez na tentativa de conseguir um prédio de propriedade da Caema, localizado no bairro do mesmo nome, com o objetivo de transformá-lo num Centro Cultural, com salas de cinema, teatro, escolas de música, oficinas de arte diversas, entre outras. O prédio abandonado há cerca de 20 anos serve hoje de abrigo a desocupados e usuários de drogas.
João Marcelo disse que esteve com um arquiteto que se prontificou em colaborar com o Movimento Cultural e que este vai refazer o projeto de fundação do prédio para encaminhá-lo à presidência da Caema. O ativista cultural garantiu que está providenciando toda a documentação necessária exigida e que também vem mantendo contato com o secretário de Estado, Luís Fernando, que está tratando do tema junto à governadora Roseana Sarney. "Estamos otimistas que vamos sair vitoriosos nessa luta", concluiu João Marcelo.
Prédio da Academia - Presidindo a reunião substituindo a presidenta Edna Ventura, o vice-presidente Agostinho Noleto falou sobre a situação em que se encontra o prédio da Academia, o mais antigo da cidade, cujo teto sobre o auditório está comprometido e precisando de urgentes reparos. "Por essa razão foi que suspendemos o sarau ou qualquer outra programação no auditório, pois o teto pode desabar a qualquer momento", afirmou Noleto.
O acadêmico Luiz Carlos Porto, vice-prefeito do município, ficou de contatar o prefeito Sebastião Madeira para que este, em parceria com os acadêmicos, contrate uma construtora com a finalidade de recuperar o antigo prédio sem modificar seus traços arquitetônicos. O velho prédio, que já abrigou vários órgãos públicos do município, é de propriedade da Prefeitura, mas cedido para a Academia de Letras desde a sua fundação.