Domingos Cezar
A reunião da última quinta-feira (20) da Academia Imperatrizense de Letras (AIL) foi marcada por dois momentos. Primeiro, pelo retorno da presidenta Edna Ventura, que se encontrava enferma, mas ainda sob cuidados médicos; segundo, a palestra do acadêmico Adalberto Franklin, além de alguns depoimentos, sobre a vida e obra do maestro Moisés da Providência Araújo.
“Este é um momento de muita alegria para mim retornando ao convívio dos meus confrades e confreiras”, disse inicialmente Edna Ventura, observando que a reunião tinha como pauta uma palestra sobre a vida e obra de mais um patrono da Academia. “O homenageado de hoje é o maestro Moisés da Providência Araújo, patrono da Cadeira 29 do confrade Zeca Tocantins”.
A presidente apresentou Lusiana Araújo Pereira, filha do homenageado, que se fazia acompanhar do marido Aguinaldo Alves Pereira e dos filhos Carlos Eduardo e Luis Fernando Araújo Pereira. Também apresentou o músico Clodoaldo Pessoa Bezerra, um dos alunos do maestro, e saudou os demais presentes na pessoa do promotor João Marcelo Trovão, um dos líderes do Movimento Cultural de Imperatriz.
Edna Ventura passou a palavra para Lusiana Araújo Pereira, que emocionada agradeceu a homenagem prestada a seu pai, o qual, para ela, foi um exemplo de pai de família, um abnegado pela música e um homem preocupado com o futuro de seus alunos. O músico Clodoaldo Bezerra disse que o maestro não foi apenas um professor, “ele era como um pai para todos nós e formou grandes músicos como Cláuber Martins e Rildo, que como eu, vivem da música”.
Amigo pessoal do maestro, Zeca Tocantins disse que não teve a oportunidade de estudar com Moisés. “Se tivesse estudado com ele, certamente seria um bom músico”. De acordo com Zeca, sua amizade com o maestro nasceu e se aprofundou quando foi presidente do Sindicato dos Músicos de Imperatriz e Região. “Conhecia ele como artista da música, depois o conheci como um cidadão preocupado com a família e com todos que o rodeavam”.
Para Zeca, a cidade de Imperatriz não prestigiou o maestro que tanto fez pela arte nesta cidade. “Essa homenagem que estamos fazendo é muito pouco pelo que ele fez por todos nós, principalmente pelos seus alunos que hoje são grandes e respeitados músicos”, disse Tocantins, ressaltando que, por isso, o escolheu como patrono de sua cadeira.
Adalberto Franklin, por sua vez, lembrou que em Imperatriz Moisés da Providência foi professor de música numa escola que criou no Rotary e depois no SESI. No começo dos anos 70, fez a instrumentação do Hino de Imperatriz, de autoria de José de Ribamar Fiquene. “Em Marabá (PA) ensinava flauta doce em um tapiri, aonde hoje funciona uma escola de música que leva o seu nome”, disse Franklin.
O palestrante lembrou que o maestro nasceu em 20 de janeiro de 1914, em Barra do Corda (MA), onde foi professor de música e regente de bandas musicais, além de musicar o hino oficial do município, “e ainda musicou a famosa ‘Canção Cordina’, uma espécie de segundo hino de Barra do Corda”, afirmou Adalberto Franklin. Moisés da Providência faleceu em 14 de outubro de 1991, em Imperatriz.
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