DIÓGENES Dantas Filho

Neste 16 de agosto, a Amazônia Brasileira completará 376 anos.
O pensamento militar português para conquistar a Amazônia era “julgada a causa justa, pedir proteção de Deus e atuar ofensivamente mesmo em inferioridade de meios”.
Em 1639, o bravo sertanista Pedro Teixeira após navegar pelos rios Solimões e Amazonas enfrentando dificuldades de toda ordem declarou: “Em nome do Rei tomo posse destas terras, se houver alguém que a contradiga ou a embargue que o escrivão da expedição registre”.
Iniciava-se, assim, a posse da Amazônia Brasileira e Pedro Teixeira é o símbolo da luta pela preservação de nossa soberania naquela imensa área.
A Amazônia é uma plataforma central de integração de 9 países condôminos na América do Sul.
Os Estados do Pará, Amazonas, Amapá, Roraima, Acre e Rondônia somam 3.575.706,4 Km², quase 42% do território nacional. Cabem nesta superfície Portugal, Espanha, Bélgica, Alemanha, França, Itália, Holanda, Suíça, Áustria, Eslováquia, Inglaterra, Bósnia, Herzegovina, Albânia, República Tcheca.
A Amazônia Legal inclui os Estados citados e parte de Mato Grosso, Maranhão e Tocantins.
A população da Amazônia Brasileira chega a 23 milhões de habitantes. A malha rodoviária é pobre e a aquaviária tem cerca de 22.000 km navegáveis, logo o deslocamento terrestre é difícil e o aéreo e fluvial são vitais.
O clima equatorial (quente e úmido) apresenta temperatura média de 27º C no inverno, caracterizado pelo período das chuvas (novembro a abril) e de 35º C no verão (de maio a outubro).
A Amazônia tem 20% de água doce do Planeta, grande quantidade de ouro, estanho, nióbio, petróleo, gás natural, calcário, potássio, manganês, ferro, alumínio, diamante e outros. O revestimento do solo corresponde a um terço de floresta tropical da Terra, abrigando o maior banco genético do mundo. Posiciona-se afastada dos grandes centros do poder nacional (Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro). Os principais problemas são:
- a cobiça internacional;
- a instabilidade nos países vizinhos, com exceção do território francês da Guiana Francesa;
- a guerrilha na Colômbia, apesar das FARC’s estarem atualmente fragilizadas, mas já propiciaram ações contra tropas brasileiras nas regiões do Traíra e Makus na “Cabeça do Cachorro”;
- a questão indígena, com os pontos polêmicos sobre integração ou segregação do índio, a extensão das terras indígenas e a exploração das riquezas no subsolo;
- a presença de estrangeiros com nível cultural elevado e o tênue controle sobre eles;
- as Organizações Não-Governamentais atuando livremente sob o argumento de preencher as lacunas assistenciais deixadas pelo Estado;
- os ilícitos tráficos de drogas, armas e animais;
- a biopirataria e a exploração predatória de madeiras.
Segundo especialistas, a Amazônia Brasileira tem um patrimônio estimado em 23 trilhões de dólares em recursos naturais e biodiversidade, 15 trilhões abaixo da superfície.
É a última área habitável do planeta com baixíssima densidade demográfica.
 O amazônida Rodrigo Octávio Jordão Ramos reconhecendo o estoicismo e a intrepidez dos desbravadores afirmou: “Árdua é a missão de desenvolver e defender a Amazônia. Muito mais difícil, porém, foi a de nossos antepassados em conquistá-la e mantê-la”.
Este é o lema de todos que vivem, convivem e prestam serviços nesta riquíssima região, ainda passível de desenvolvimento e que precisa ser integrada ao País. 

DIÓGENES Dantas Filho é Coronel R1 do Exército Brasileiro, possui o Curso de Operações na Selva (CIGS-Manaus-AM), Doutor em Planejamento e Estudos Militares, Forças Especiais, Consultor de Segurança, Cidadão Imperatrizense e Ex-Comandante do 50º Batalhão de Infantaria de Selva (50º BIS).