Illya Nathasje
É uma questão de escolha. Se pessimista, meio vazio; se otimista, meio cheio. Ou... de burrice, teimosia, paralisia até. Vamos lá, leitor: imagine uma ampulheta, girando, girando, girando... aquele processo de ver a areia girando em busca de encher a parte de baixo, aí de repente nosso personagem piscou e toda a areia já está embaixo, sem que ele percebesse. O encantamento letárgico que o possuía tirou-lhe sua capacidade de acompanhamento não permitindo ver o último movimento. Tirou a ação, reação. Acabou-se o tempo. 2014, que chega ao fim, pode ser esse 1/2 copo d’água. Meio cheio ou meio vazio. Explico!
Governos municipais estão há dois anos no mandato. E o que foi feito nesse período preenche nossas expectativas enquanto cidadãos? Alguns até, estão – reeleitos que foram – há seis. Para esses casos, outra reflexão: as ações, o funcionamento da máquina pública nesses dois anos podem ser comparadas com os anos anteriores? Foram iguais, melhores ou piores? Se foram iguais, está ruim, mas menos mal. Se foram piores, é péssimo. Cabe sua opinião, convido sua reflexão.
Ex-ministro do Desenvolvimento na Venezuela desde o final da década de 80 até os anos 90 e diretor do Banco Mundial, Moisés Naim escreveu em O FIM DO PODER (Ed. LeYa) que “O poder está cada vez mais fraco e transitório”. Mais fraco porque exposto, saturado na medida em que as demandas da sociedade não são atendidas; transitório porque, engolido pela ineficiência, ou vamos lá, por certas deficiências, mais fraco. Aí, criticado, nesses tempos de wthasapp, a política de comunicação é atropelada pela velocidade da informação, todo dia é uma agonia.
A publicação que promove uma análise da economia e política internacional é sintomática. Apesar da sua visão global, encontra sinergia para nosso quintal e deveria ser livro de cabeceira para governantes que não sabem sair do poço em que se meteram; e melodramático, comportam-se, amarrados pelo fatídico, como se, combalido pelo embate diário e pela falta de criatividade, busca e alternativas, o poder de seus governos estivesse no fim. Gostariam que acabasse, mas se agarram, para que não acabe, até a última gota. Sem infraestrutura, sem receita e só custos que a cada dia diminuem a receita, inviabilizando administrações.
Nesses tempos em que cada vez, na Índia, mulheres pedem divórcio se afastando definitivamente dos casamentos arranjados e Barack Obama deu um OPA! no mundo com suas conversas com Raul Castro, sob as bênçãos do Papa Francisco, e aqui pelo Maranhão, com a vitória de Flávio Dino, a expectativa é de que mudanças aconteçam, uma pergunta não quer calar: por que com os municípios falidos, severamente judicializados a ponto de não haver gestores sem processos, faltando dois anos para o início do próximo mandato, já há candidatos e candidaturas?
A frase é força de expressão (não é ofensa, nem tem direção): - Qualquer cachorro sabe, é difícil largar o osso.
Comentários