Ação reforça a importância da notificação compulsória

Na manhã desta quinta-feira, 05, ocorreu o I Seminário "Notificar é Cuidar". Realizado no auditório da Secretaria de Saúde, por meio da Rede de Enfrentamento à violência contra as mulheres de Imperatriz, o evento faz parte dos 16 dias de ativismo.  
O seminário teve como objetivo capacitar e sensibilizar profissionais que atendem usuários do sistema de saúde, que necessitam de acolhimento e encaminhamento adequado. Entre eles, casos de violência contra mulheres, idosos, crianças, adolescentes, pessoas com deficiência, população LGBT, indígenas e diversos. 
Ação reforça a importância da notificação compulsória, que não deve ser feita a partir de uma lógica burocrática, mas como um ato de cuidado e proteção.
Para a assistente social do Cram, Sueli Barbosa, ações como essa, em parceria com outros órgãos, ajudam muito na construção e desconstrução, principalmente quando o assunto é violência contra mulher. "Estamos mostrando que é possível acessar as redes de enfrentamento, reforçando seu papel, ou seja, realizando palestras, seminários e ações desse segmento, que pode ser o primeiro passo para que as mulheres sejam acolhidas de forma correta pela justiça".
A notificação compulsória de casos suspeitos de violência contra a mulher ou violência doméstica é prevista em lei, mas a capacitação pretende reforçar a importância desse procedimento. "Esta capacitação será realizada em dois dias e vamos abordar sobre a ficha de notificação, como deve ser preenchida, quais são os tipos de violências, quem são as pessoas que precisam ser notificadas, bem como o acolhimento e sensibilização das pessoas que sofrem violência", explicou Bárbara Novaes, uma das coordenadora do evento.
Coordenadora do departamento municipal que trata de doenças e agravos não-transmissíveis, Bárbara Novaes fez questão de lembrar que o treinamento tem o objetivo de sensibilizar os servidores a intensificarem o trabalho de notificação. "É importante saber que esta notificação compulsória não é uma denúncia, é para nós usarmos os dados. Esses dados são sigilosos, tanto para quem notifica quanto para quem é violentado, e não serão associados a denúncia", observou.
Presente na solenidade de abertura, a secretária adjunta de saúde, Mariana Jales destacou que "a Rede de Enfrentamento à Violência Contra a Mulher organizou este seminário para tratar da importância da notificação compulsória e a Secretaria Municipal de Saúde não poderia ficar de fora deste evento tão importante que objetiva sensibilizar e capacitar os profissionais que atendem esse usuários e que precisam de acolhimentos e encaminhamento adequado", justificou a secretária acrescentando que as UPA, UBS e hospitais são porta de entrada de usuários vítimas de violência.
A promotora de Justiça Aline Mattos, titular da Promotoria Especializada em Defesa Mulher disse que a capacitação é muito importante para enfrentar a violência contra a mulher. "O Ministério Público participa aqui como verdadeiro indutor de políticas públicas, queremos melhorar o campo de informações porque a notificação compulsória é um instrumento poderoso, que significa completar dados e, também, prestar um atendimento humanizado", ilustrou. 
A delegada titular da Delegacia da Mulher de Imperatriz, Sylviane Tenório, também aprovou a realização da capacitação que, segundo ela, vai permitir "Nós sabermos números mais reais da violência doméstica no município de Imperatriz porquê muitas das mulheres que procuram a Saúde não chegam à delegacia ou ao sistema de Justiça". (Texto com colaboração de João Rodrigues)

Programação
06/12 Atividade do Laço Branco/ UFMA - Curso de Enfermagem
Atividade do Laço Branco/ UNISULMA - Curso de Psicologia às 19h
Atividade do Laço Branco/ Colégio Graça Aranha às 8h
Atividade do Laço Branco/ SELIC às 7h 
Oficina "Sensibilização para acolhimento das mulheres vítimas de violências", no Hospital Municipal de Imperatriz, HMI - Socorrão,  das 8h às 12h