Meus amigos. Vamos esquecer nesta semana o Direito do Trabalho e vamos falar um pouco de Carnaval, que terá seu tríduo a partir do próximo domingo.

A palavra Carnaval em latim quer dizer muita carne. Esta festa existe desde a Idade Média e era um período onde as pessoas comiam carne à vontade, pois como manda a tradição na Quaresma não se deve comer carne vermelha nem nas quartas e nem nas sextas. Há uma lenda que diz que, no Carnaval, os espíritos mais mundanos que estão no inferno, ganham certa indulgência e se libertam. Então, eles vêm para a Terra e encostam-se aos humanos mais fracos aos pecados da carne.

O Carnaval chegou ao Brasil por meio da prática do entrudo, uma brincadeira muito popular em Portugal. Essa prática estabeleceu-se no Brasil, na passagem do século XVI para o XVII, e foi muito popular até o século XIX, desaparecendo do país em meados do século XX, por meio da repressão que se estabeleceu contra essa brincadeira.

O entrudo poderia ser realizado de diversas maneiras, como manifestações de zombariaspúblicas. A forma mais conhecida era o jogo das molhadelas, realizado alguns dias antes da Quaresma e que consistia em uma brincadeira de molhar ou sujar as pessoas quepassavam pela rua. Poderia ser realizado publicamente, mas também poderia ser realizado de maneira privada. Alguma semelhança como, hoje, jogar água com jato de água partindo de cano de plástico impulsionado por um cabo de vassoura ou o “mela-mela” de maizena?

Já ouviram falar da lenda nordestina? Vamos a ela. Havia um casal que se amava muito. Mas uma bruxa jogou um feitiço nestas duas pessoas para que elas nunca pudessem se encontrar: a mulher só ficaria visível à meia – noite e o homem só apareceria ao meio – dia. Porém eles só poderiam se encontrar numa terça – feira de Carnaval. Baseados nesta lenda surgiram os bonecos da Mulher da Meia – Noite e do Homem – do – Meio – Dia, que sempre se encontram no Carnaval do Nordeste.

O Carnaval medieval italiano tem três personagens importantes: o Pierrô, o Arlequim e a Columbina. Todos eles possuem significados místicos. A Columbina é uma adolescente linda e fútil, vestida de bailarina, que simboliza a Terra. O Arlequim é um rapaz vestido de palhaço que simboliza o diabo. Seu objetivo é seduzir a Columbina para estragar a sua vida e larga-la na rua da amargura depois. Assim, como o demônio que tenta seduzir a Terra com os prazeres carnais. O Pierrô é um rapaz com traços andróginos, que simboliza o anjo do bem. Ele tenta salvar a Columbina da sedução do Arlequim.

Existe uma lenda carnavalesca que fala sobre a mística fantasia chamada Máscara Bauta. Os elementos desta fantasia masculina são: calças de couro, botas, chicote, chapéu, capa e uma máscara com formato de bico dourado de pássaro. Dizem que este traje era usado em rituais de uma seita secreta e se tornou fantasia de carnaval por um ex – membro rebelado. A lenda fala que a pessoa que vestir este traje na época do Carnaval poderá ter poderes sobrenaturais durante este período.

As marchinhas de carnavalsurgiram no século XIX, destacando-se a figura de Chiquinha Gonzaga, bem como sua música “Ô abre alas”. O samba somente surgiu por volta da década de 1910, com a música “Pelo Telefone”, de Donga e Mauro de Almeida, tornando-se, ao longo do tempo, o legítimo representante musical do Carnaval.

Por volta da década de 1910, os corsos surgiram, com os carros conversíveis da elite carioca. As escolas de samba, na década de 1920.As marchinhas conviveram em notoriedade com o samba a partir da década de 1930. Feliz Carnaval para todos. Até a próxima.