Meus amigos.
Hoje vou fugir da rotina e não escreverei sobre Direito do trabalho, mas a quem dei muito trabalho: minha mãe.
Hoje, domingo, 10 de maio. Dia das Mães. Coincidentemente, sonhei com minha mãe. Foi um sonho tão intenso e tão vivo que a via com muita nitidez. Mas quando acordei só restou a saudade, pois há muito ela se foi. Só me restou recordar o que entre mim e minha mãe se passou durante o tempo de nossa convivência.
Contava-me ela que quando nasci havia três nomes para eu ser batizado. Só restava tirar por sorteio. O nome sorteado foi o que ela queria. Assim entendo que Deus sempre protege as mães. Minha mãe foi privilegiada por Ele.
Naquela época, não havia fogão a gás. Os mingaus eram feitos no fogareiro e servidos de três em três horas. Mas nunca minha mãe deixou de me alimentar no horário certo, sem esquecer que durante 1 ano e seis meses ela me alimentou no peito e o fazia com grande alegria e satisfação.
“Marina, morena Marina você se pintou. Marina você faça tudo, mas faça um favor”. Eram os versos de Dorival Caimy. A canção entoava no rádio, não havia televisão e eu enciumado dizia: “Desliga o rádio, estão cantando minha mãe, que é só minha”.
As festas de aniversário da nossa casa eram todas por ela programadas e se encarregava de fazer os doces e os frios que eram servidos para os convidados.
Aos domingos em nossa casa a partir do café da manhã o toque de mamãe estava presente quer no bolo de tapioca, no pão de ló, no chocolate, no mingau de milho, na macarronada italiana, na galinha assada, no lombo cheio, na salada de maionese, etc. À noite ceávamos torta de frutas com chá mate.
No Dia das Mães grande era a festa que fazíamos para ela. Meu pai, além do presente, sempre trazia rosas e um cartão com dizeres bem carinhosos e lembro-me bem de um que dizia: “Marina: há pessoas que simplesmente aparecem em nossas vidas e nos marcam para sempre”.
Ah! Como me lembro com saudade daquele tempo que só me volta na lembrança. Sinto saudade quando vejo teu retrato, quando me lembro do teu cheiro, quando me lembro de tua voz. Sinto saudade da minha primeira carta de ABC, da primeira tabuada, que me destes, quando me ensinastes as primeiras letras e a fazer contas.
Como tenho saudade da tua humildade, da tua paciência, da tua sabedoria, da tua compaixão. Também da tua virtude, da tua beleza do teu jeito especial e único. Entendias o perdão como ninguém e o praticavas por antecipação. Tuas lembranças são sempre vívidas e dentro delas somos eternas crianças.
Mãe: Mas devo-te dizer que compreendestes até o que não te disse. Que escutei tudo que falastes.
Mãe: Conhecia-me tão profundamente que através de um rápido olhar, sabias se estava bem ou se algo estava errado; identificavas no meu tom de voz a melancolia e a alegria e eras capaz de sentir minhas sensações a quilômetros de distância.
Drummond muito acertadamente perguntou a Deus: Por que permite que as mães vão-se embora? E a Ele responde o poeta: “Fosse eu Rei do Mundo, baixava uma lei: Mãe não morre nunca, mãe ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino feito grão de milho”.
Quantas vezes tenho vontade de te encontrar, mas não sei onde.
Mas, mãe. Se reparares, a crônica tem como título “Mães” e por certo poderás perguntar e quem são as outras? Eu te respondo. Tuas filhas Ana Maria e Márcia também são mães; tuas netas Rachel e Fernanda também são. Erika, tua neta do coração, também é.
Por fim, desejo à minha mulher Elildes e a todas as outras mães um feliz dia.
Até a próxima.
Edição Nº 15302
Mães
Prof. Doutor Fernando Belfort
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