Meus amigos.
O reinado de Momo já começou. E só depois dele é que iremos falar, novamente, sobre Direito do Trabalho. Vamos fazer uma incursão sobre músicas carnavalescas. Nestas, o termo carnaval é usado em variados sentidos, alegria é tema primordial, também antes como convite ao namoro - hoje ficar - ora trazendo a tristeza do fim de um amor que se acabou, ora a saudade de um de um tempo que se foi e até a traição serve de mote.
A alegria é lugar comum nessa época, daí “hoje eu não quero sofrer, hoje eu não quero chorar, deixei a tristeza lá fora, mandei a saudade esperar lá, rá, rá, rá, Hoje eu não quero sofrer, Quem quiser que sofra em meu lugar.”
E os poetas improvisados na música querendo conquistar a musa – ficar – dizem e inspirados pela Lua cantam: “A noite é linda Nos braços teus É cedo ainda Pra dizer adeus Vem, Não deixes pra depois, depois Vem, Que a noite é de nós dois, nós dois, vem que a lua é camarada. Em teus braços quero ver. O sol nascer”. E reforçando “todos eles estão errados a lua é... é dos namorados. Lua oh! Lua querem te passar pra traz, Lua oh! Lua querem te roubar a paz”.
Quando o folião quer conquistar a foliã busca até o auxílio de seres que tenham poderes inumanos e daí, “na primeira sexta-feira eu vou morena procurar a feiticeira; meu pai de santo vai fazer assim ou me tira este quebranto ou traz você pra mim.” Se não der certo, apelam para qualquer coisa e cantam: “A cigana leu o meu destino. Eu sonhei Bola de cristal, jogo de búzios, cartomante. Eu sempre perguntei: O que será o amanhã? Como vai ser o meu destino? Já desfolhei o malmequer, primeiro amor de um menino. E vai chegando o amanhecer... E o realejo diz, que eu serei feliz”.
Eita que no carnaval traz cada uma e com metáfora pedem para a mãe: “Mamãe eu quero, mamãe eu quero, mamãe eu quero mamar, traz a chupeta pro bebê não chorar.” Mas o coro respondia: “Você pensa que cachaça é água, cachaça não é água não, cachaça nasce no alambique e água vem do ribeirão.”
E canta a tristeza de um amor que se acabou: Eu não sou água, Pra me tratares assim, Só na hora da sede, É que procuras por mim, A fonte secou,... Seu egoísmo me libertou, Não deves mais me procurar, A fonte do nosso amor secou, Mas os seus olhos, Nunca mais hão de secar.
Mas existe amor no carnaval? Não foi o que disse o poeta, pois “O amor de carnaval desaparece na fumaça, mas no ano seguinte ao encontrar aquela paixão do passado diz o enamorado: “Foi bom te ver outra vez. Tá fazendo um ano. Foi no carnaval que passou”. Querendo justificar a escapadela tão comum na folia canta: “Abre a janela formosa mulher. E vem dizer adeus a quem te adora, apesar de te amar, Como sempre amei. Na hora da orgia / Eu vou embora / Vou partir e tu tens que me dar perdão / Porque fica contigo / O meu coração / Pode crer que acabando a orgia voltarei para a tua companhia”.
Mas essas escapadas podem trazer resultado ruim pro folião daí o nosso compositor Zeca Baleiro encontrou motivo para fazer o Boi de Corno e cantou: “Eu fiz um boi só de corno. Não vou convidar mais ninguém. Até já botei um aviso. Quem não for corno não vem. Quando cheguei no terreiro. Foi grande a admiração. Tinha pra mais de mil cornos pra formar o batalhão. Vendo que não tinha jeito. Mas eu tive que dizer. Reúne magote de corno que é hora de guarnecer.”
Feliz Carnaval para todos. Até a próxima com Cinzas.
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