Meus amigos.
“Uma das primeiras verdades com a qual se nos deparamos ainda na infância é de que nada existe para sempre. Vêm-nos à mente lembranças de eventos longamente esperados cuja efêmera duração chega a nos frustrar. Doloroso faz-se o momento da percepção de que a sequência dos dias e das noites aporta na finitude dos seres humanos. Entretanto, há aqueles que conseguem perpetuar-se, vencer o tempo, alcançando o patamar do eterno. Não pela continuidade da existência biológica, mas pelo caráter imorredouro da obra, aqui entendida como o somatório das singulares características pessoais e da produção material daí decorrente”.
A trajetória do Dr. José de Ribamar Carneiro Belfort revela que este insigne homem tem jus a figurar na galeria dos grandes varões deste Estado do Maranhão.
Todas as homenagens que forem destinadas ao médico e professor Dr. Carneiro Belfort não serão suficientes a demonstrar quão exitoso foi o percurso desse insigne maranhense, desse cidadão brasileiro, um homem probo, competente, culto, inteligente, honesto, humano que só orgulho e admiração deixou, não só a nós seus familiares como a seus amigos, colegas, clientes, alunos, enfim a tantos que o conheceram.
José de Ribamar Carneiro Belfort nasceu em 3 de julho de 1916, em São Luís do Maranhão, filho de João Carneiro Belfort e Leonildes Carneiro Belfort.
Concluiu os cursos primário e secundário na sua cidade natal, daqui saindo no ano de 1935 para ingressar na Escola de Medicina e Cirurgia na Universidade do Brasil no Rio de Janeiro, graduando-se médico em 1940 aos 24 anos.
Retornou para São Luís após formado, vindo a casar-se em 1944 com Marina da Cunha Belfort. Pai de cinco filhos: Fernando, Ana Maria, Terezinha, Márcia e Telma.
Como médico exercia um verdadeiro sacerdócio e não raro presenciei dar de graça consultas para quem não as podia pagar e ainda fornecia a medicação. A população pobre dos bairros Madre de Deus, Lira, Belira, Codozinho, Barraquinha e tantas outras tinham verdadeira veneração por ele, pois na Legião Brasileira de Assistência, onde era médico, consultava as crianças com a mesma dedicação que a fazia em seu consultório particular.
Todo homem tem sua marca. A marca do médico e professor Dr, Carneiro Belfort era do justo na compreensão dos homens seu semelhante. E atento às recomendações de Goethe “ver humanamente os homens”.
Assim no seu centenário de nascimento que ocorrerá hoje, domingo, dia 3 de julho, afirmo que este homem viveu com dignidade, respeitado e até hoje, vinte e nove anos depois de sua passagem, é lembrado com carinho por tantos que o conheceram.
Encerro com pensamento de Georges Canguilhem muitas vezes por ele invocado: “Diremos que o homem sadio não se torna doente enquanto sadio. Nenhum homem sadio torna-se doente, pois ele só é doente quando sua saúde o abandona e, nesse momento, ele não é sadio. O homem dito sadio não é, então, sadio. Sua saúde é um equilíbrio conquistado à custa de rupturas incoativas. A ameaça da doença é um dos constituintes da saúde”.
Até a próxima.
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