Houve um tempo em que a política era praticada para o bem social, voltada simplesmente para o bem estar comum de todos. Não sei bem que tempo foi este, mas se olharmos as primeiras ideias ou formatação de ideias dentro de um contexto que possa a ser chamado de política, a originalidade do termo ficará a cargo não do que acontece atualmente, mas dos filósofos que assim pensaram no bem comum. Mas a política passou a ser um jogo de interesses. Interesses para quem governa, para os aliados do governo e para o povo, se assim for necessário de acordo com a particularidade de cada partido, candidato e ideologia, que sequer é lembrada, virando apenas peso de sílabas e vogas no estatuto do partido. Estatuto este que antes do moldador escrevê-lo, enquanto jovem, era bradado com garra pelas ruas, com militância, com esperança... Após o poder, tudo se modifica. O que antes era pregado contra vira a favor. A oposição passa a ser posição de cargo. Neste quesito, José Sarney sempre foi mestre. “Nunca fui oposição”, ele disse certa vez.
Hoje, 26 de outubro de 2014, vamos para o 2º turno das eleições presidenciais. De um lado Dilma Rousseff, marionete de Lula, o verdadeiro reflexo na televisão quando Dilma aparece em público. Do outro lado, Aécio Neves, neto de Tancredo Neves e que pleiteia a alternância de poder com todas as suas forças. A política é um jogo farto de interesses, aonde até mesmo fatos tornam-se irrelevantes perto da soberba disputa rumo ao cargo máximo da política no Brasil. Tão somente é verdade que vídeos e mais vídeos rodam a internet, vídeos antigos, aonde Dilma elogia Aécio Neves como um dos maiores governadores do país. Isto em 2009. Atualmente, nos debates ao vivo, Dilma afirma de todas as formas que Aécio foi um dos piores governadores de Minas Gerais. Você entende? Eu talvez não. Mas aí olhe no texto acima. Política é um jogo. Somente um jogo aonde somos peões.
Em 1995, Luiz Inácio, o homem do Bolsa Família, que tirou os pobres da pobreza, deu abertura para o crédito nacional, financiamento, carro, celulares e até o etc., afirmava sem meias palavras o seguinte: “Lamentavelmente, no Brasil, o voto não é ideológico. Lamentavelmente, as pessoas não votam partidariamente. E, lamentavelmente, você tem uma parte da sociedade que, pelo alto grau de empobrecimento, ela é conduzida a pensar pelo estômago e não pela cabeça. É por isso que se distribui tanta cesta básica, e por isso que se distribui tanto ticket de leite. Porque isso, na verdade, É UMA PEÇA DE TROCA EM ÉPOCA DE ELEIÇÃO e, assim, você despolitiza o processo eleitoral, você trata o povo mais pobre da mesma forma que Cabral tratou os índios quando chegou ao Brasil, distribuindo bijuteria para ganhar os índios, eles distribuem alimento. Você tem como lógica a política de DOMINAÇÃO, que é secular no Brasil”.
Estas palavras foram tiradas de um vídeo feito por Lula. No dia 1º de janeiro de 2003, ao assumir pela primeira vez a presidência do Brasil, ele aderiu ao sistema que ele mesmo era contra. Ou seja: o povo sempre será moeda e motivo de troca, seja pelo Bolsa Família ou outros programas sociais de esmola. O ex-candidato à presidência Pastor Everaldo afirma que “a maior riqueza do cidadão que recebe benefício seria dizer que não precisa mais do benefício, pois arrumou emprego”. No governo Lula e Dilma, a taxa de desemprego some, pois o brasileiro beneficiado recebe sem trabalhar. O salário mínimo aumentou, mas a inflação foi junto, e bem mais longe! Aumentou o ganho, mas a despesa também aumentou, e o brasileiro não pensa. Fora ainda que os maiores escândalos de corrupção e safadeza foram no governo do PT, que não preciso enumerar novamente.
Aécio Neves vem de um partido que também não é santo. Tem suas deficiências, fortes, teve a sua corrupção. Mas é bem melhor do que isso tudo que nós, pessoas esclarecidas, assistimos desde o estouro do mensalão. São 11 anos de PT. Vou repetir: SÃO 11 ANOS DE PT. Meu voto é pela alternância de poder. Não é contra a pobreza ou contra os benefícios. É contra a corrupção descarada, a safadeza. Eu quero ver essa corja sair de lá. Fomos desrespeitados diariamente. É a nossa chance de dizer CHEGA! CHEGA! CHEGA! O Brasil precisa respirar. Vamos fazer como Lula disse em 1995: “Vamos pensar pela cabeça e não pelo estômago”. Neste Lula eu acredito. Mais, ainda assim, prefiro o meu país livre de tanta pilantragem. Vote consciente. O futuro de nossos filhos está em jogo. Depois de votarmos com a cabeça, aí, sim, vamos encher o estômago em paz.
Edição Nº 15142
Vamos fazer como Lula em 1995
Phelippe Duarte
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