Cinco títulos mundiais. Uma copa já realizada em seu território, 1950. E nenhum cacife, para ser a sede da copa de 2014. "O nosso povo é lindo". "O nosso povo é hospitaleiro"."A gente merece". Bobagem. O Brasil merece saúde, educação, desenvolvimento. Seria um povo lindo. Ridículo o que acontece embaixo dos nossos pés de boleiros da vida e não enxergamos. A copa será uma das maiores ações de corrupção e superfaturamento. Se formos campeões, tudo será esquecido, assim como ninguém nem lembra a cor do cabelo do Neymar na última semana. Algumas situações não são lembradas por nós brasileiros. Mas eu faço questão de lembrar. E não é preciso ser um comentarista estilo Paulo Vinicius Coelho, a maior memória viva do futebol, para fazer certas colocações.
Em 2007, após a escolha da sede do mundial, Ricardo Teixeira, mais conhecido como Tricky Ricky internacionalmente, disse com toda empolgação: "Uma Copa bem organizada é aquela que te prioritariamente recursos do setor privado".
Verdade: Seis anos depois a maior fonte de recursos da Copa é público.
Poucos meses depois os discursos folclóricos não paravam. Pareciam textos escritos pelo inventor da data comemorativa do dia da mentira. Os governos diziam que não iriam financiar e nem fazer parte do desenvolvimento dos novos estádios. Teriam pequena participação em alguns setores de obras na infraestrutura.
Verdade: Hoje, 97% das arenas é financiada pelo dinheiro governamental.
Começaram a surgir os primeiros orçamentos de construções de estádios. Os valores extrapolados, assustavam até mesmo qualquer cartola já endinheirado. Mas não no Brasil. O estádio de Brasília por exemplo, estava orçado em R$ 700 milhões de reais à época.
Verdade: Os estádios, seis anos depois dos primeiros orçamentos, já estão milhões acima do cogitado. Um deles é o Fielzão do Corinthians, que já chega na casa de 1 bilhão.
Este ano de 2013, é ano de Copa das Confederações. O torneio que serve de análise e preparação para o país sede ,antes da Copa do Mundo. A FIFA exigiu que todos os seis estádios escolhidos estivessem prontos até o período de dezembro de 2012. Mas depois de obras paradas, superfaturamentos escandalosos e outras pechinchas, nada aconteceu.
Verdade: Apenas o Castelão foi inaugurado. Apesar dos graves problemas ainda apresentados em termos de organização, teve um jogo em janeiro de 2013. A FIFA adiou os prazos.
Em São Paulo, a única obra foi anunciada: um monotrilho. "Um avanço além do que sonhamos para nós". Em Manaus, prometeram outro monotrilho. Já em Brasília, capital da corrupção, os avanços seriam construir em setenta anos em sete. Obras como um sistema de trens que serviria para tapar um dos piores setores de transporte público do país.
Verdade: São Paulo já desistiu da obra, por advertir que não há tempo hábil para terminá-la. Em Manaus, alegando problemas burocráticos que burlaram o início das obras, os governos tanto estadual como municipal, tiraram a obra da Copa. Brasília foi mais agressiva. A construção do sistema de transportes começou em 2007, mas parou em 2010. E como era de se esperar, adivinhem por que? Denúncias de corrupção na defesa, no meio de campo e no ataque. Ano passado, saiu da lista de obras da Copa do Mundo.
A questão é de que não estamos preparados faltando quase um ano para o evento. A reforma dos aeroportos terá menos da metade das obras prometidas, concluídas. Em Curitiba, apenas 30% das obras de aeroporto, estarão prontas na época da Copa. Acredito que estes atrasos, deverão ser apressados para ter mais gastos públicos, quando estivermos mais próximos, o que ainda considero praticamente impossível. Considero ainda que a dinheirama jogada fora dentro de estádios, poderia erguer milhares de hospitais,escolas e moradias. Poderia dar luz a quem vive na escuridão há tempos. Mas enquanto Lula e a sua patota acham que deixaram um grande legado para um país que vive de alegrias imbecis como esta, enquanto Lula chorava na TV quando também fomos escolhidos sede das Olimpíadas 2016, milhares de crianças e famílias choraram e choram de fome, seja em casa ou por um ente querido, morrendo no corredor de algum hospital super lotado.
No país da Copa de 2014, a tática é roubar. E não é a bola do adversário.
Phelippe Duarte
Edição Nº 14672
TÁTICA DA COPA É ROUBAR. MAS NÃO A BOLA DO ADVERSÁRIO
Phelippe Duarte
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