É um pássaro? É um avião? São os The Beatles? É o Superman? Não! É um juiz mandando prender funcionários da TAM por cumprirem o seu trabalho! Será que eu serei preso por escrever sobre o assunto?
O referido juiz, quando ligar o chuveiro de casa, se tiver o mesmo sistema que a maioria dos imperatrizenses, poderia ligar e mandar prender o pessoal da Caema. Seria mais gratificante e viraria um quase herói. Perde-se tanto tempo com assuntos ínfimos que os devidos poderosos que se acham poderosos através de uma mente programada automaticamente para ser pretensiosa, arrogante e com o todo o não-respeito, mesquinha.
Eu acredito nessas pessoas que se importam com tão pouco usando seus super poderes jurídicos. Acredito que elas possam acordar um dia e usá-los para o que realmente interessa. Mandar prender e soltar é coronelismo, ditadura e, contemporaneamente falando, é inconcebível.
Na função conceitual da coisa, Juiz de Direito é aquele que, de forma sintética, busca preservar a dignidade humana, defendendo a liberdade pública e consequentemente trabalhando a pacificação social dentro da sociedade, se possível. Especificamente neste caso de Imperatriz, o egoísmo egocêntrico e a megalomania do excelentíssimo fere toda e qualquer ideia pacificadora e ajuizada do que se diz respeito ao cargo e à função exercida. Seguindo o caso de insensatez do mesmo, parecia que veríamos cenas de filme de ação: a polícia invadindo a pista aérea, trancando o avião na frente, apontando as armas para o piloto e o copiloto. Dentro do avião, os terroristas (passageiros), sem saber o que fazer, estavam encurralados. O juiz consegue preservar a dignidade humana, ponto pra ele! O primeiro policial comunica no rádio “senhor, paramos o avião. O que fazemos agora?”. “Estendam o tapete vermelho do saguão do aeroporto até a porta de entrada, só estou terminando de prender o pessoal aqui da bancada, vou comer um pão de queijo, tomar uma café preto, ler o jornal pra ver se já publicaram o que acabei de fazer, caso então serão presos e aí eu subo”. “Entendido... é... chefe.”
Devaneios à parte, o maior devaneio é em pleno século 21 um pedido de desculpas oficial e público não ter sido feito ainda. Seria se rebaixar ou reconhecer humildemente que errou?
Aparentemente presos por justamente serem contra os direitos do consumidor, os funcionários da TAM prestaram depoimentos e foram soltos, assim como os outros funcionários que foram defender a causa e acabaram levados para a delegacia. Devo reconhecer que muitos problemas devem acontecer diariamente em relação a voos cancelados, passagens compradas por pontos de forma errônea e não registradas na hora do embarque, check-in feitos em cima da hora... mas tenha paciência. Já que é pra prender por isso e só um juiz tem esse poder, que coloque um juiz deste estilo de pensamento na esquina das ruas de Imperatriz. É cada absurdo que se vê que, se fosse para dar voz de prisão para os delitos e as infrações de trânsito, a cidade seria um deserto. Ser juiz, de fato, é um cargo exemplar. É o senhor das decisões jurídicas, do bom senso social, na incessante busca da verdade. Ser juiz de fato e de direito é analisar casos da melhor maneira possível, cabível, jurídica e legal. E pronto. Ponto, final.
Imagina se aquela capa preta voasse...
Edição Nº 15183
TAM TAM TAM TAM... Suspense no ar
Phelippe Duarte
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