Eu queria hoje descrever sobre o fim do Lula e suas peripécias políticas. Sobre a Lava Jato comendo o seu fígado, mais do que um litro de 51. Mas algo maior do que esse cidadão ocorreu essa semana. Algo muito, muito infinitamente maior do que qualquer outra notícia. A vida prega peças, acima do nosso entendimento. Filósofos, cientistas, pensadores tentaram e tentam descrever o famoso fim. A morte e sua eterna covardia de levar quem a gente ama, sem avisar. E quando avisa, nem sempre espera a trajetória seguir em frente.
Stella Maris Noleto, minha amiga, nunca poderia imaginar que tão cedo pudesse me despedir de alguém como você, tão necessária aqui na Terra. Mas é neste imaginar que existe uma armadilha... nunca imaginamos os nossos piores pesadelos. Stellinha, seres humanos como você não deveriam partir. Iluminada, uma educação como poucas pessoas poderiam exercer com tanta delicadeza e maestria. Sincera, objetiva, disciplinada. Há um tempo com problemas de saúde, pensou que nunca poderia ter filhos... e olha como a vida é incrível: Você é (não foi) mãe da Luna, uma criança linda. Casou com um cara espetacular, meu amigo Daniel Correa. Pais maravilhosos a pequena Luna tem. E, de repente, tudo muda.
Nunca saberemos entender ou compreender os planos de Deus quando o fim se aproxima. Eu costumo pensar que os melhores tinham que ficar por aqui, neste mundo de maldade e hipocrisia. Pessoas boas enriquecem o mundo, nascem flores por onde passam. O cheiro é diferente das coisas, o ar é puro, nunca nefasto. Pinta-se bordas de alegria, contagia sorrisos já feitos... é sintomático o amor das pessoas boas por onde passam.
Filha de Luis Carlos Noleto e Maristeia, Stella Maris colocou sua áurea e sua alma à disposição dos céus. Para, na certeza dos mais incrédulos perante a fé, iluminar lá de cima a vida de todos nós aqui de baixo. Agarro-me e peço pra família agarrar-se em Deus, sempre. É nosso refúgio para tempos bons e tempos tristes. A vida não é triste. Tem momentos tristes. Como este. Pois em toda sua vida, Stella, foi feliz. Filha, esposa e mãe. Mas poderia ficar mais umas décadas aqui com a gente. Expresso-me agora, através de Vinícius de Moraes, que escreveu...:
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O este é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
– Meu tempo é quando.
O tempo é quando. E enquanto Stellinha foi quando neste tempo, o mundo foi bem melhor. Deus te receba com um abraço bem forte, minha amiga..., e que Lhe diga os motivos que O fizeram levar você. Pois, por aqui, não entenderemos nunca. Paz a toda a sua família e que a sua filha cresça como você viveu: brilhando intensamente.
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