O playboy adulto está na ativa novamente e com o mesmo cheiro de leite. E se o intrépido energúmeno já provou do meu arsenal de palavras dóceis quando em 2008 atropelou e não prestou socorro a Rogerinho, resultando em falecimento, parece-me que o playboy leitoso gosta de ser humilhado publicamente. No último fim de semana, ele resolveu atacar novamente e agora disposto a fazer nova vítima. Inclusive, estou aliviado, por um lado, de ele não ter feito outra fatalidade. Acredito que o mesmo não pelo fato de ter sido desta vez um acidente proposital. O leitinho da mamãe ficou no quase. Mas o playboy escapou desse domingo. O caso dele ainda vai ter muito chão pela frente.
Também não havia como deixar de lado neste domingo os 236 mortos em Santa Maria, no RS. Expresso aqui o escárnio que senti do destino reservado para aquelas pessoas, bem equivalente ao que senti em relação ao playboy com cheiro de leitinho. Falam muito da falta de fiscalização na boate Kiss. Que a boate estava fora de regulamentação e que não tinha extintores suficientes, ou até mesmo, que funcionasse. Mas se a tragédia não tivesse ocorrido, o que seria da boate Kiss, a não ser um sucesso contínuo? Teria os mesmos jovens todos os fins de semana e seguiria normalmente com seu cotidiano. É preciso haver mortes no quilo neste país para que providências sejam tomadas. Fora necessário morrerem 236 jovens, e quiçá os que estão internados, para que alguém fosse lá na maldita boate e observasse que ela estava tão segura quanto as Torres Gêmeas no 11 de setembro. Não há também como qualificar o tanto de boates irregulares espalhadas pelo Brasil que estavam no auge naquela madrugada de domingo. Poderia o acidente ocorrer em qualquer Estado, ruela, bairro ou cidade.
Apreciei muito a indagação nas redes sociais aonde diziam: "Pedro Bial chama de herói a galera que fica dentro de uma casa brigando, bebendo, fumando, gritando. E, enquanto numa tragédia dessas, muita gente foi corajoso e sem capa. Como deveriam ser chamados, então?". Você pode imaginar que uma interrogativa dessas não tem nada a ver com a fatalidade de Santa Maria. Mas pense: rótulos abusivos como estes enganam e proliferam-se sem percebemos. É o mundo em que vivemos e dificilmente será mudado.
Em frente à boate ITZ, o playboy parou o carro e esperou a moça passar. Tentou atropelar todo mundo, conseguiu com certo êxito e quase matou a menina. A boate ITZ também estava irregular, não tinha a devida saída de emergência para playboy ciumentozinho e mimadinho. E deveria ter um aviso: CUIDADO, PLAYBOY LEITINHO DA MAMÃE REVOLTADO NA PISTA.
Triste caso do frustado enrustido. Triste caso de uma criação rica em recursos, mas pobre em educação. O playboy adulto, mas com cheiro de leite, teve uma mente meticulosa, fria e calculista. Típico de uma reação psicopata, com jeito de sociopata e vestimentas de debilitações mentais. Um rapaz que viveu a vida inteira escutando sim realmente tem razões destrutivas quando escuta um não.
Merece cadeia. Uns 20 anos. Quando sair, vai herdar o que a família deixou, e no quintal de casa poderá construir vários alvos e atropelá-los todos os dias, pois duvido que irá querer passar novamente um dia na cadeia. Bonitão, carrão e rico, será um partidaço para o primeiro preso sedento de amor e vários sins pra dar.
Que este domingo me perdoe por difundir o acidente deste derrotado de primeira qualidade com o fatídico caso de RS. Que Santa Maria abençoe seus filhos, cuide de suas memórias e os preserve. Ao playboy, que Deus tenha piedade de suas atitudes sem razão.
- Olho para os dois lados, não vem ninguém. Agora vou pra casa.
Phelippe Duarte, cronista e poeta
Edição Nº 14621
Santa Maria chora - E playboy perde
Phelippe Duarte
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