A luta é diária. Desde os anos 70 que ele faz do seu dia a dia, um campo de guerra, onde ele escolheu seus inimigos e sentenciou seus aliados a uma religião terrena, cega, mítica e eterna.  O nome dele ? Luís Inácio Lula da Silva. Preso há mais de 500 dias, Lula tem na porta de sua nova casa, uma multidão de apaixonados que se reveza entre dia, tarde e noite. São pessoas de todos os lugares. É uma vigília praticamente, que cerca a cadeia do ex-presidente. Se pudessem trocariam de lugar com ele, todos. Seria uma cela normal se todos estivesse por lá, cadeia no Brasil a maioria sofre de superlotação.  Lula recentemente escreveu uma carta para seus fieis seguidores. E como é de seu feitio, não poderia deixar de falar daquele jeito folclórico, do tipo que não tem nada com isso e de que nada está acontecendo com ele, por culpa dele, e sim, pelas forças sinistras da política brasileira. Quase um Getúlio Vargas das palavras, guardadas as devidas proporções em relação à inteligência de Vargas, por favor.  Na carta, o ex-presidente fala em diversas situações que parece que ainda vive sem seu mundinho do populismo. Também pudera, os seus fãs não o deixam em paz. Alguns trechos da carta eu reproduzo e respondo ao querido Lula. Não sei se ainda chegou, por que preso usa mais celular do que carta, e não tenho o whats do petista.

“Quero agradecer a todos os companheiros e companheiras nestes 500 dias de isolamento. Vamos continuar sonhando com um Brasil melhor. Nós já provamos que isso é possível’’

Caro Lula, não se diz isolamento. Se diz CADEIA. Nós podemos continuar sonhando sim. Por que o senhor, ainda está preso. E o sonho é possível há exatos 500 dias. Por um Brasil melhor, fique mais um tempo aí. Nós queremos que isso seja possível.

 “Não sei se estaria com essa disposição de luta se não fosse a coragem, a solidariedade de homens e mulheres que fazem da Vigília este espaço de democracia, dignidade e resistência ao arbítrio que tomou conta do nosso Brasil’’

Lulinha... a sua disposição maior está em acordar, comer e dormir. A vigília é uma democracia ufanista, sonhadora e ultrapassada. É como nos dias em que fãs fazem vigília no dia da morte de John Lennon: o morto não volta. E a onda que tomou conta do Brasil, foi a onda de chega, de não dá mais para o PT. Você chama de arbítrio, a mesma democracia que te elegeu. Respeite o seu país, pelo menos nisso. O que é bem complicado, para quem se entregou fazendo festa em palanque e bêbado.

Mas a melhor frase de todas, não foi na carta de Lula. E sim  uma das organizadoras desde o primeiro dia da vigília, Regina Cruz, presidente estadual da CUT Paraná. Contou a fã número do Lula:

“Lembrar aqui o primeiro dia, dia 7 abril, quando estávamos aqui indignados com a prisão de Lula e fomos bombardeados. Sempre, desde o início foi muita resistência.  São 500 dias de denúncia reunindo movimento sociais do campo e da cidade, sindicatos e delegações de todo o Brasil e do mundo. Mas, quero destacar, essa gente que mudou sua vida para ficar aqui todos os dias, trabalhando por este espaço, lavando louça, recolhendo lixo, organizando atividades. Assim, continuaremos na unidade da classe trabalhadora.

Querida, eu queria destacar a falta do que fazer desse povo. Ao invés de estarem trabalhando, fazendo algo proveitoso, estão pedindo que um preso saia da cadeia. São pessoas do campo e da cidade, de sindicatos e delegações que estão coçando o saco, igual o Lula lá dentro da cadeia. A unidade da classe trabalhadora anda normalmente sem os folgados que ficam rezando pelo Lula.

Voltem a trabalhar e a torcer pelo país meu povo. Lugar de preso é na cadeia e sobre vigília, está mais fácil ressuscitar o John Lennon mesmo.      

  Phelippe Duarte Administrador / Publicitário