Phellippe
É temeroso ver como a humanidade avança e continua pobre humanamente. O racismo, atrelado à ignorância dos homens, continua fazendo vítimas fatais. O que pensamos estar mudando aos poucos em um problema que existe há séculos é um retrocesso em alguns países. Dentro do esporte, divisor de águas para tantos jogadores, que conseguem às vezes confundir racistas com a cor do seu talento e dinheiro adquirido, ainda vemos casos que nos chateiam. Magoam. Ferem a humanidade como uma bomba atômica. Na Espanha, onde casos assim acontecem com frequência, na Europa em geral, o jogador Paulão, do Bétis, foi expulso de campo. A torcida começou a vaiá-lo e a imitar macaco nas arquibancadas. O jogador saiu para o vestiário aos prantos, sem beira nem eira, sem caminho, sem direção. Mais tarde, Paulão soltou um comunicado dizendo que o fato de ter chorado teria a ver especificamente com a sua expulsão e a má atuação, que culminou nos 4 gols sofridos por sua equipe. É de se saber que Paulão omite um fato do qual ele mesmo não suportou. O calor do jogo e as emoções da torcida medíocre que imitou a forma de um macaco para agredi-lo não são motivos para este comportamento totalmente irresponsável. Racismo é prisão perpétua. Condenação máxima.
Provavelmente algumas pessoas pensam que o jogador, por ter dinheiro, carros importados, mulheres e respaldo em geral, não deveria se importar. Mas respeito não se adquire com bens materiais. Muito menos para um racista, que não quer saber se o cara é preto, branco, rico ou pobre. O racista corta baixo. Essa raça de racista esta, sim, é para se ter preconceito. Em tese, são lixo. Escória.
Nelson Mandela, um homem que foi preso por lutar pela igualdade social e o fim da segregação racial, disse com propriedade assim como tantas outras falas lendárias de sua autoria, que o racismo é ensinado em casa. É um pensamento genial. Duas crianças brincam alegremente em um campo de futebol. Uma é branca e sorri, sem medo do amanhã. A outra é negra é também sorri, sem medo do amanhã. As duas se abraçam, caem no chão. Ficam sujas de lama. Levantam, correm, sacodem a poeira. Estão juntas o tempo inteiro. No futuro, o menino branco não anda mais com o menino preto. Porque ele cresceu. E em casa racista, ensinaram pra ele a diferença de raças e cores e que não era correto ele andar com o menino negro. Em tese, Mandela apenas quis dizer o quanto somos inocentes quando crianças e como podemos aprender valores distorcidos. A educação sem honra serve para isso.
Mais da metade deste texto em negrito não é um erro de impressão. Não é um erro de gráfica. Somos todos unidos, cabemos no mesmo espaço. A cor da pele não veste alma, pensamentos, princípios ou valores. No caso de jogadores de futebol, o maior jogador de todos os tempos é negro. E foi reverenciado por reis, rainhas, sheiks, sudãos, empresários, megaempresários, presidentes de potências, países em geral. Pelé parou uma guerra, para os países o aplaudirem em campo. Paulão, o jogador do Bétis, não é nenhum Pelé, léguas eternas disso. Mas merece respeito seja de quem for, assim como tantos outros que sofrem com o preconceito babaca do racismo. Quem é racista tem a alma preta, fedida. Preta de podridão, fedida de enxofre. Por quanto tempo vamos combater o racismo? Acredito que a lei deva ser mais severa. Prisão perpétua e cada racista guardaria o seu distúrbio mental para si mesmo. Sejam mais crianças, seus racistas nojentos. Olhem alguém pela cor da alma e saibam que o fim é o mesmo para todos.
Phelippe Duarte – cronista e poeta
Edição Nº 14869
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Phelippe Duarte
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