O futebol sempre acompanhou minha vida e eu sempre acompanhei a vida do futebol. Quando tinha 09 anos, lembro exatamente o momento certo em que Romário voou entre dois gigantes zagueiros, para fazer 1 a 0 na semifinal contra a Suécia. O único cruzamento que o lateral Jorginho acertaria no jogo inteiro. E o baixinho não desperdiçava. Naquele mesmo ano de 1994, começava o meu amor pelo futebol e pela Sociedade Esportiva Palmeiras. Estava no Juçara Clube quando o Palmeiras foi campeão brasileiro pela segunda vez seguida. Para mim, futebol era só alegria. Até crescer e saber que o esporte envolve muito mais do que uma bola e onze jogadores de cada lado de um campo. O maior jogador que vi foi Romário. O maior jogador de vídeo e histórias que eu conheço chama-se Pelé. Tinha todos os DVDs de Copa do Mundo. Sei de histórias que até jornalista da ESPN não deve saber. Leio muito sobre o assunto, me interesso mesmo. Acho linda a história dos grandes jogadores de futebol e como este esporte é o único que consegue fazer com que os inferiores vençam os superiores, seja pela vontade ou por subir na soberba do adversário. Zico foi outro que em vídeos realmente não dá nem para acreditar no que fazia. Meu pai dizia que virou flamenguista com pena do Zico, quando ele perdeu um pênalti em 1974 contra o Fluminense, time pelo qual ele torcia na época. Com certeza, não se arrependeu, pois nos anos seguintes, o Flamengo de Zico comandou o futebol brasileiro a partir dos anos 80.
Mês passado, assistimos à despedida do meia Alex, ídolo de Coritiba, Palmeiras, Cruzeiro e Fernerbach, da Turquia. Um dos maiores jogadores que vi com uma 10 nas costas, reuniu em campo lendas vivas do Palmeiras numa apresentação espetacular do seu futebol, demonstrando que ainda tinha bala pra queimar por um ano, pelo menos, no meio desse nosso futebol que anda meio pereba, e tem como melhor atacante, um peruano, Guerrero, do Corinthians.
Aqui em Imperatriz, o time é a Sociedade Imperatriz de Desportos, o time do Imperatriz, mais conhecido como Cavalo de Aço. Eu nunca pesquisei sobre o Cavalo. Sempre fui pouco ao Estádio, apenas assistindo aos jogos da Copa do Brasil contra o Sport Club e às semi e às finais do maranhense de 2005, vencidas pelo “Mais Querido”.
Nunca fui de me ater ao time da nossa cidade, o que considero um desleixo. Tenho amigos que às vezes são até os responsáveis por lotar o estádio, quando começam os campeonatos. O Cavalo é um time novo, com apenas 53 anos de vida. Para saber disso, fui atrás e observei que em tantos anos, o time tem apenas um Campeonato Maranhense, o de 2005. Tantas administrações passaram e tantos erros aconteceram, que o time sempre foi visto pelos seus dirigentes, como 2ª opção em tudo. Alguns buscaram o time como visibilidade sem nunca ter ao menos gostado de futebol, sem nunca, às vezes, nem saber quantas vezes o Brasil é campeão do mundo! Mas é aí que entra o que eu disse no início do texto: o futebol não vive apenas de uma bola e de suas regras. Existem empresários. Existem interesses, egos. Existe o dinheiro. Muito dinheiro.
Ontem, na final do maranhense, eu não sei o que houve, pois escrevo o texto na quinta-feira, véspera do feriado do 1º de maio de 2015, ano em que completa 21 anos da morte de Ayrton Senna, e quando todos os trabalhadores dão uma descansada. Ontem, eu não sei o que houve. Mas sei que hoje, domingo, é dia de alegria, de exaltar o Cavalo de Aço. Time que, a partir de hoje, eu prometo nunca mais não saber o que houve ontem. Parabéns, Cavalo de Aço. Ainda virão muitas glórias e craques no futuro. E títulos, muitos títulos!
E, claro, pessoas que realmente se importem com você. Como diz um trecho do hino:
“Tua torcida, num grito de guerra
No campo aplaude teus onze heróis
Cavalo de Aço, Cavalo de Aço
No teu passado, não há fracasso
O teu presente, orgulha a gente
No peito o escudo que inflama
E busca a fama, com muito ardor
Bem alto eu aclamo com orgulho
Sou alvirrubro, com muito amor”
Hoje eu sou MUITO mais. E acompanharei de perto o que há nos bastidores.