E chegamos em mais um Dia da Mulher, o dia em que os outros deveriam se espelhar. O dia em que todos os outros dias deveriam curvar-se e fazer reverência a todas as mulheres e dizer: “Ei, aqui também é dela”. O dia em que eu preciso homenagear uma mulher incrível, inteligente, socialmente amável... aclamada por 53 milhões de brasileiros: Dilma Rousseff.
Dilma é um exemplo de mulher. Guerreira, guerrilheira, quando jovem. Lutou pelo nosso país com unhas e dentes. Hoje, coloca assessores, para não sujar as unhas e os dentes. Nascida no ano de 1947, em família de classe média alta, Dilma formou-se em Economia antes de ingressar nas lutas armadas que eram contra o regime militar no Brasil. Presa e torturada, voltou com tudo nos anos 80 assumindo cargos de secretarias importantes até filiar-se ao PT, no ano de 2001. Exatamente: Dilma nem sempre foi PT. Ela já foi digna desta homenagem. Mas continuemos.
Foi presa em 16 de janeiro de 1970, numa ação aonde policiais disfarçados a capturaram. Levada para a Operação Bandeirante, foi torturada por 22 dias seguidos, com palmatórias, socos, pau de arara, choques elétricos e filmes de como seria sua carreira política futura. Opa, brincadeira. Um relato de sua companheira de cela Maria Luisa Belloque é também chocante:
“A Dilma levou choque até com fiação de carro, fora cadeira de dragão. Era choque pra todo lado”. Acredito que isso afetou o seu cérebro, daí explica-se às vezes as frases sem nexo e a briga mental contra os fatos. Mas continuemos. Na cadeia, Dilma foi condenada em primeira instância a seis anos de prisão. Após cumprir 03 anos, a presidente dos petistas teve a pena reduzida pelo Superior Tribunal Militar e teve seus direitos políticos cassados por 18 anos. Um absurdo essa condenação de uma mulher tão jovem, forte e ativa em suas decisões políticas e sociais. Uma tirania tão estúpida e arrogante. Somente 18 anos os direitos políticos cassados! Que absurdo!!! Quem sofre somos nós. Mas continuemos.
Dilma, em 2005, declarou um pouco de como foi o seu período: “Eu não vou esconder o que eu fui e não tenho avaliação negativa. Tenho uma visão bastante realista daquele período. Eu tinha 22 anos, era outro mundo, outro Brasil. Muita coisa a gente aprendeu. Não tem similaridade do que acho da vida hoje”. Qual seria a visão de Dilma hoje? Que tudo é culpa da Veja? Melhor! Recentemente, sobre os escândalos envolvendo a Petrobras, Dilma disse que deveriam ter prendido as pessoas certas no tempo do governo de Fernando Henrique Cardoso. Se, então, tivessem prendido as pessoas certas, nada disso teria acontecido. Então, resumindo: a corrupção na Petrobras não existiria porque as pessoas certas teriam sido presas. Correto. O Brasil, então, não levaria de 7 a 1 da Alemanha se tivessem prendido, na hora de parir, a mãe do Thomas Muller ou do Tony Kroos, jogadores da seleção alemã que mandaram no fatídico jogo. Ou, quem sabe, prendido o cidadão que foi o primeiro acusado de traição na história, Judas. Ou sei lá, vai ver que tudo é culpa de Dom Pedro I. Do II, quem sabe.
Mas continuemos. Dilma é uma mulher que merece todas as homenagens. Hoje é o dia dela, só dela. Que mulher, que cidadã! Obrigado por tudo, Dilma.
Inclusive, obrigado por me fazer um cronista tão mentiroso. Mas, pra falar bem de você e do PT, só seguindo à risca os princípios do partido.
Um beijo às mulheres que tanto amo e sou grato. Para elas, sim, todo o meu amor benevolente e dedicado. Alda Olívia, Danila, Linda e Elvira.
Ah, e Dilma, só mais uma coisa: o dia é da mulher, finja ser, ao menos nesse dia, meiga e simpática.
Edição Nº 15251
No Dia da Mulher o dia é Dilma
Phelippe Duarte
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