Muito do que vou falar agora já disse centenas de vezes. Muito do que escreverei agora já contei com as mesmas palavras, que retornarão neste contexto, mas de uma forma diferente.
Em Morro de São Paulo, depois de alguns dias por lá, percebi como o brasileiro tem uma cultura valiosa, uma imensidão de lugares para serem vistos e vividos e outros tantos motivos para sentir um gosto especial em estar vivo. Morro de São Paulo é uma cidade única. Nascida no meio do mar, tem uma estrutura incrível e a tradição de que os moradores construíram tudo com os próprios braços. Claro que, com o passar do tempo, engenheiros e arquitetos entraram com suas belas criações, que resultaram em pousadas de rara beleza e nomes típicos da cidade, ou que indicam algo incomum para quem não é acostumado a respirar um vento sem urbanização poluída. Com raízes históricas no Brasil Colônia, as praias de Morro de São Paulo nos levam a um sentir-se maravilhado com as paisagens e a mistura de pessoas que lá frequentam. É um coração de mãe, como dizem. Cabem todos os países, todas as línguas, culturas e pensamentos. Um local aonde você senta a cadeira na praia de mar claro, lê um livro ou diverte-se com amigos de frente ao mar, numa visão que chega a ir além do horizonte. Perdemos os olhos de vista, mas não a cor e a verdade que nós registramos com o coração. Há muitos trocadilhos com o nome Morro de São Paulo e o mais apaixonante torna-se o Morro de Saudade, que nos acomete logo na saída do pequeno cais, de Catamarã, uma viagem enjoativa, mas que não deixa a desejar pela linda imagem que a imensidão do mar nos oferece. Vale a pena. Foram 3 dias pra ficar guardado e a pedida da volta ainda este ano é grande.
Falar de assuntos e sentimentos únicos é uma parte específica da minha vida. Depois de 27 anos convivendo com minha Imperatriz, de uns dois anos pra cá, comecei a viajar mais. E, sinceramente, percebi que sem ela nada fica tão azul como o mar, nem tão amarelo como o Sol. Nem tão laranja como o fim da tarde, nem tão iluminado como as estrelas que dão um banho de cor ao céu. Dia 25 de fevereiro, a mulher que dá cor à minha vida fez 50 anos de idade. É humanamente possível escrever sobre ela todos os dias, todas as horas e reunir palavras que nem chegam perto do amor que tenho por ela. Mas não é humanamente possível olhá-la nos olhos e entender que ela, sim, é que me faz olhar além do horizonte. Que me faz entender, que o mar é um pouco de água zanzando pelo mundo. Que me faz entender que o Sol é um estrela que, se é de quinta grandeza, perto dela é de quinta categoria. Alda Olívia Moreira Duarte, minha pousada eterna. Minha vista eterna. Eu Morro por você, como você nasceu pra me dar à luz. Você me entende. Aceita escolhas que faço, por ver meu sorriso. Aceita tristezas que transpareço, por ver meus olhos baixos. E nunca haverá ilha mais bela do que o nosso amor, nem saudade que fique tão ilhada como a que senti depois de 10 dias longe dela.
50 anos de vida, 25 de casada, três filhos. Se esse não foi o melhor texto que fiz pra você, mãe, ao menos, o meu amor continua sendo o melhor a cada dia.
Parabéns, você é mulher! E daquelas que nenhum filho pode reclamar. E também tenho certeza que, ao lado de Deus, papai está te aplaudindo e dizendo: Baixinha, feliz aniversário.
E, mais uma vez, a vida consegue ser simples com o amor mais incomum de todos.

Phelippe Duarte, Cronista e poeta