O corriqueiro ainda é o que mais impressiona nesta vida. Detalhes que passam porque são tão normais que nós nem vimos. Mas para cada pessoa que vive um detalhe a primeira vez, sempre será uma novidade divina. “O mundo anda tão complicado”, mas não como dizia Renato Russo, que na letra da música que leva o título citado, não se preocupava apenas com a feijoada para os amigos. Mas complicado no sentido de que nós esquecemos das situações mais belas, porque nosso cotidiano é insano, nos ocupa e nos maltrata às vezes. Quando me tornei pai, a insanidade diminuiu, o maltratar não era mais visto nem como verbo, e o de belo eu vejo nos olhos do meu filho. Não há possibilidade de existir um amor maior nesta vida do que um pai e uma mãe por um filho. E é assim que se sentem os padrinhos do meu filho, Fernando e Kareninna, com o nascimento do filhote deles, Miguel Ferraz Gragnanin.
Uma casa somente é colorida com a presença de uma continuação do seu sangue. O piso de porcelanato, agora sim, é porcelanato. As cores pintadas das paredes agora, sim, são coloridas. A mesa de jantar, tão pouco usada à noite, agora, sim, está completa. Na varanda entra um vento, um sopro diferente. Traz o choro da criança na madrugada, o açoite da preguiça correndo do corpo, na vontade louca de cuidar do filho. A escada que dá subida ao outro andar agora é uma subida ao paraíso.
Chegar em casa cansado e descansar com o filho no colo é a nova missão da família Ferraz Gragnanin. Uma missão que seus pais fizeram com tanto amor e zelo e irão ajudá-los na viagem mais louca e alucinante da vida: cuidar de alguém que nasceu de você. Como uma cria, protegendo dos perigos, das mazelas. Deixando ir longe, mas segurando a corda. Ensinando a andar de bicicleta, mas esperando a hora certa de tirar a rodinha. Jogar futebol e mesmo que meu compadre Fernando seja péssimo neste quesito futebolístico, é ele, o pai, que será o único capaz de ensinar isso como se fosse o Pelé. Um amor sem limites, um amor que justifica o nome amor.
A sensação que tenho é que a família está completa. Após 09 meses, Miguel Ferraz Gragnanin nasceu no dia 26 de outubro. Para mim, é um motivo particularmente especial. Eu gostaria de ter alegria no dia de maior tristeza de minha vida. Neste dia, meu pai, há 07 anos, partiria para sempre. Miguel me dará a alegria no dia em que eu tinha apenas saudade e tristeza. Obrigado garoto. De todos os dias que falaram que você nasceria, justamente neste você veio. E o amor que eu tenho por seus pais, como amigos, irmãos e padrinhos do meu filho, será todo para você também. Mas venha para este mundo tão complicado com a certeza de que você fará de tudo para descomplicar o que nós aqui estamos na luta pra conseguir. E na esperança de uma nova criança que se renova o nosso contrato com a vida e com o futuro. Filho de uma baiana especial, nosso Miguel vai sacudir esse mundo. E do amor de seus pais, irá florir todos os nossos dias. Como já dizia o poeta baiano Bell Marques, talvez tenha feito esta música já sabendo que Miguel viria...
“Foi por esse amor
Teu corpo é tudo o que brilha
É a única ilha do oceano, do meu desejo”
Foi por esse amor
Tão bela cor de laranjeira
Teu corpo é tudo o que cheira...”
Miguel Ferraz Gragnanin. A única ilha do oceano de seus pais. Deus abençoe sua vida aqui na Terra, meu amor.
Edição Nº 15746
Miguel Ferraz Gragnanin
Phelippe Duarte
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