Phellippe
Ayrton Senna da Silva. É forte escrever ou pronunciar este nome. Mais ainda assustador quando você olha as homenagens, se emociona, idolatra... e ao fim do programa vê que, realmente, foi o fim. Uma situação inversa da vida, desproporcional ao amor que sentíamos ao ver esse cara aos domingos e todos os dias da semana. Parecia que ele guiava não somente um F-1, mas toda uma luta brasileira por dias melhores. Guiava por um sorriso, por um objetivo que ultrapassava a vitória merecida: o amor pelo que se faz. Ayrton Senna da Silva. Épico, lenda. Desse cara eu quero contar pro meu filho. Voltamos 20 anos atrás. A mãe de Senna assistindo à corrida e de repente, o filho de 34 anos bate numa curva. Ela vê ao vivo o filho paralisado. Um sentimento que se estendeu a todas as brasileiras mães ou não. A dor da perda de um filho somente uma pessoa que perde sabe que tipo de dor é esta. Não é clichê falar de amor de mãe ou de Ayrton. Os clichês nunca estão errados, só ultrapassados. Veja sempre o clichê como um senhor de idade passando experiência.
Este Dia das Mães tem um sabor especial, diferente. Esqueçamos a tragédia de 20 anos atrás apenas por uns minutos. Vamos falar do tema velocidade de outra forma. Ayrton terá um texto melhor domingo que vem. Falemos de velocidade em forma de amor. São apenas 9 meses. E num estalo, embalado por um milagre divino, você escuta o tema da vitória envolto em uma melodia conhecida como choro. Choro de criança, choro de mãe.
E quando as curvas daquele corpinho miudinho mostram traços de sua genética... não tem nada melhor do que os olhos da mãe quando olham os olhos do filho neste momento.
A maior vitória é sempre da mãe que dá a luz. O pai não, somos desbocados. Alguns levam jeito, outros não têm jeito. Eu fico no meio termo. Meu jeito é amar e cuidar muito. Mas mãe é diferente. Não podemos competir com elas. A situação de amor se define quando sentimos a vibração entre mãe e filho. É prazeroso e gratificante presenciar este amor. Hoje vejo com o amor de avó é dobrado. Apesar de nós, como filhos, ficarmos meio de canto. Não que eu tenha ciúmes quando vejo minha mãe e ela já pergunta “cadê o neném da vovó?” Não. Sinto orgulho, alegria. Me dá ânimo. Quando vejo minha sogra atenciosa, cuidando dele como sempre cuidou dos filhos... é, no mínimo, um reflexo de tudo o que já vivemos e uma nova etapa para as avós, que nos veem crianças novamente. Falamos em mães todos os segundos domingos de maio e às vezes esquecemos de dar um beijo nas avós, nas bisavós e quem ainda puder, na tataravó. Tem casos por aí, não duvido. Pra ilustrar melhor, termino com um trecho das obras de Chico Buarque. Tirando a parte do “me sacode às 6 h da manhã”, o resto é lindo. Este texto comum, porém cheio de amor, é para Alda Olívia, Marilena, Lindioneza, Elvira e para a mamãe que domina o meu coração e do nosso Benício, Danila, minha metade!!!!
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
É o igual, o cotidiano, a chamada mesmice que mais amo nessa vida em vocês. Sorriso pontual, esse nunca falhou. Feliz Dia das Mães, meus amores!
Phelippe Duarte
Filho da melhor mãe do mundo!
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