Como uma criança que é indiferente aos chamados da mãe para almoçar, por estar tão voltada no seu mundo particular de ilusões e brincadeiras, Lula ignora totalmente o que acontece ao seu redor e continua fazendo comícios normalmente. Discursa firme, punho cerrado, falando sobre as melhorias que o seu governo fez no país. Perguntado sobre a sua vida no Supremo Tribunal, foi enfático: “Eu quero apenas a lei”.
Se o seu querer for aceito como realmente tem que ser, Lula será preso. Não haverá como recorrer depois, não posso imaginar que tenha uma corte em Marte. Lula continua dissimulado. Finge-se de morto para atiçar o coveiro. A sua caravana em Bagé-RS o expulsou. Na verdade, nem chegou a expulsar, pois ele mal entrou na cidade. Os cidadãos não aceitaram as mentiras e a cara de falso moralista do ex-presidente, e não admitiram suas costumeiras bobagens ao pé do microfone. Em Palmeiras das Missões, os manifestantes anti Lula fecharam as ruas com tratores, com a faixa “Não à caravana da corrupção”. São pessoas que começam a acordar. Lula quer ser um fantasma, quer ser uma criança no seu mundinho, quer passar incólume, como se o país não soubesse que está sendo julgado, que está perto de ser preso. Lula hoje palestrando sobre honestidade é como se Susana Ritchthofen discursasse no dia dos pais para várias crianças e, ao seu redor, ninguém soubesse o que tinha feito. Claro, não comparo os crimes. Ela matou os pais e Lula, o país. Um acento muda tudo, não é mesmo?
No mundinho particular de Lula, o povo o venera e joga flores por onde passa. Um Imperador Romano, acima da lei, acima do Senado. Nas suas ideias maniqueístas, acredita que ele é o bem e a justiça o mal, sendo o povo cegado pelos maldosos aplicadores da lei.
Nunca saberemos dizer se Lula, ao vestir o personagem bonzinho, inocente e acuado pela direita fascista, que é como ele chama quem faz protesto contra sua pessoa, está moldando um mito ou querendo ser uma lenda maior do que o próprio. Não podemos julgar a história quando ele ainda não teve um desfecho, mas podemos enumerar seus fatos em tópicos e discuti-los. É inegável a bonita história que ele construiu. Como ele ajudou a acordar um Brasil enterrado na ditadura. Como lutou pelos miseráveis do nosso país e também como abriu o mercado para os pobres. Como também é inegável a forma como ele cagou em cima disso tudo. Pisou, como se faz com o cacau. E rindo alto, achando que seria intocável, pois estava fazendo merda. Em merda, ninguém toca. Como também é inegável como ele deu comida para o miserável e um celular para o pobre, que continuam miseráveis e muito pobres. Este é o mundinho particular de Lula, que acredita que ainda está no início da carreira política, observado com vista grossa pelos políticos e ainda não bem quisto pelos eleitores, mas que, no fundo, o admiram pelo carismático líder que é, e pelo futuro político que se forma.
Lula vai continuar sua caravana da mentira. Irá passar por várias cidades, tendo por último a cidade de Curitiba. Não há motivos para entender por que ele não teme passar por lá. Acredito que ele nem entra na cidade. Ou se entrar, que seja para trás das grades, onde por lá encontram-se alguns de seus amigos políticos, que ele tanto defendia e hoje estão presos. E você deve pensar o que se passa na cabeça do ex-presidente... eu lhe adianto. A frase dele é emblemática, pelo momento em que vive: “Estou com a tranquilidade dos inocentes e eles (a justiça) a intranquilidade dos culpados... O povo sabe que não minto. Eu tenho uma relação de honestidade com o povo. Montaram uma farsa para me condenar”.
Esse é o mundo de Lula. Se você quiser entrar, é só bater a cabeça na parede e cheirar cola estragada. Pronto. É você e ele juntos, voando num elefante branco, rumo ao horizonte ensolarado.
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