No contexto bíblico, na situação religiosa de séculos e séculos atrás, Judas Iscariote foi o apóstolo traidor que, por 30 moedas de prata, entregou Jesus Cristo aos seus seguidores. Judas, depois de Simão Pedro, é o nome que mais vezes aparece nos Evangelhos, em torno de umas vinte vezes. Judas é um traidor. Quem fala por ele é o quê?
No Cafundó do Judas, existem poucas pessoas que você possa vir a interpretar como sendo, de alguma forma, honestas e condizentes com o cargo que ocupam. Costumavam comprar e trocar escravos por 30 moedas de prata (sim, este valor de 30 moedas era o preço de um escravo na época) para a satisfação capitalista e corrupta que já existia na época. Corrupção. Nome bem comum na política traiçoeira atual.
Muitos dizem que Iscariote fez o que fez por sua avareza ou pelo simples fato de ser influenciado pelo chifrudo. Não há de se imaginar que tenha sido o contrário. Trair um pedaço do chão que você pisa já lhe custa o fato de ser chamado de Judas.
Ali, no Cafundó do Judas, o popular é amplo: do seu beijo que virou açoite e ode à falsidade e hipocrisia. Do seu gesto que catapultou músicas e filmes ao longo dos tempos. E do seu trágico fim, que remete-nos a imaginar o fim de quem o personifica.
Imperatriz está insuportável. Quente, a cidade desmancha. Há dias em que o Sol está em cada cidadão. Um Sol pra todos, de forma unitária. Quente, dizem que a cidade tem duas estações: Inverno e Inferno. Aí que entra Judas Iscariote. Ao dizer que Imperatriz fica no seu Cafundó, Judas procurou o inferno.
Não mediu possíveis consequências, retaliações ou qualquer ato que pudesse ser julgado passível de resposta. Mas para quem na verdade não vendeu, e sim vendeu-se por 30 moedas, isso é bobagem. Judas é quase um deputado corrupto. Quase. Para chegar lá, teria que ter muito mais do que 30 moedas na conta. E ter o nome limpo, claro.
Na versão política de Imperatriz, ser Judas é ter algo de magnânimo. É ir ao inverso do que nossa cidade representa. Imperatriz é um município do Estado do Maranhão, sendo o segundo mais populoso deste Estado, com uma população de 247.553 habitantes, possuindo uma área de 1.367,901 km², dos quais 15,480 km² estão em zona urbana. Sede da Região Metropolitana do Sudoeste Maranhense, a cidade se estende pela margem direita do rio Tocantins e é atravessada pela rodovia Belém-Brasília, situando-se na divisa com o estado do Tocantins.
Senhor Judas, se eu copiei este trecho da internet, você poderá copiar e anotar no seu caderno e ler no Plenário, pedindo desculpas a todos os imperatrizenses que souberam da nova localização que você arranjou para nós. Se bem que tenho uma novidade. Como nós, imperatrizenses, moramos no quintal do Maranhão, eu tenho uma oferta especial: no meu quintal, tem uma Cocker, com o belo nome de Paola. Ela está no cio.
Paola sente-se sozinha no meu quintal. Depois da sua declaração, ela balança o rabinho pra lá e pra cá, todos os dias, de alegria. Conseguiu alguém que goste de quintal e cafundó, assim como ela.
Na versão mais animalesca da história, Judas nunca foi um traidor. Só está chateado porque ninguém deu mais atenção a sua pessoa nem notou que ele conseguiu um status, ou chame de cargo, se quiser, na história. Ainda mais depois que, uma vez se suicidou e conseguiu novamente esta façanha depois de alojar-nos ao seu Cafundó.
“Judas então sentiu remorso e deu cabo à vida. Atirou para o tempo as moedas de prata, retirou-se, e enforcou-se” - Mateus 27:5.
O deputado Magno Bacelar só precisou desrespeitar Imperatriz. O Progresso, 25:09.
Phelippe Duarte
Cronista e poeta
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