O serviço oncológico é uma das áreas da saúde e acreditamos, como todas as outras, que é sempre algo do qual nunca precisaremos ou iremos precisar. Ou até que já precisamos. Em certos casos, não sabemos o tipo de estrutura que há. Às vezes, por não nos interessar por estarmos com a saúde em dia, ou por, na maioria das vezes, a pura e simples falta de informação.
É na falta de informação sobre saúde e prevenção que a doença, seja ela qual for, se alastra. E na falta de informação muito paciente perde tempo, perde segundos preciosos. Perde o que não pode mais perder, além da vida: a sobrevida. A comunicação ineficiente faz com que pessoas portadoras do câncer busquem atendimento sem ter a exata consciência de aonde realmente poderiam ser melhor atendidas, ou até mesmo se prevenirem de uma fatal surpresa. A questão que citamos é muito precária. Não é um desejo publicitário em suma total, é uma questão de utilidade pública, de querer saber, para onde vão os pacientes de Imperatriz e das regiões vizinhas, se a melhor solução está bem debaixo do seu primeiro diagnóstico?
Muitos pacientes, antes de virarem pacientes, não têm a dimensão da estrutura, tecnologia e da modernidade que existe em nossa cidade. Com a capacidade de estar à frente de capitais, e avançada não somente na modernidade citada, mas principalmente no atendimento médico especializado e humanizado, temos clínicas em Imperatriz que já podem suprir essa necessidade, que se torna necessidade, após um tardio encontro com a realidade.
É importante voltar a frisar nos 8 bilhões gastos na Copa do Mundo com estádios. O descaso com a saúde e outros setores primordiais do país pelos políticos torna-se evidente quando assistimos tanta grana indo pro ralo sem levar nenhum benefício para o país. Me diga quantas pessoas têm atendimento de qualidade dentro de um estádio moderno? Alguém pode dizer: “Ah, mas mesmo sem a Copa continuaria do mesmo jeito”. E eu rebato: mas hoje sabemos que dinheiro tem pra fazer e só o fazem quando é para interesse próprio. Quando podem fazer um orçamento de 700 milhões virar 8 bilhões. Esse dinheiro aplicado em saúde nos elevaria a um patamar sem limites. Apesar de sermos o 7º PIB do mundo, o que podemos realmente nos vangloriar, até porque ser o 7º PIB do mundo é uma informação que não muda em nada a saúde e a vida das pessoas, é que somos batalhadores. Vencemos todos os dias com ou sem 8 bilhões. Somos pacientes da vida, sempre lutando para nos curar de todo esse mal, seja na política, seja na saúde. E para aonde estão indo as pessoas que não tem com o que lutar? Aqui, em Imperatriz, a informação de uma utilidade pública é menor do que a da inauguração de uma praça. Pensam pequeno demais, pensando em estar agindo com feitos grandes. Temos coisas mais interessantes para informar, debater. Imperatriz é uma cidade grande, que merece ser tratada como tal.
Toda essa questão da saúde, falando especificamente em Imperatriz, é alarmante. Temos tecnologia de ponta na cidade, as pessoas precisam saber urgente aonde e como chegar lá, sem ter que viajar ou procurar outro lugar, um estádio de futebol... quem sabe, poderia ajudá-las. Paciência. Não. Não temos tempo para ter paciência mais. O serviço oncológico existe em Imperatriz e não foram gastos 8 bilhões. Foram pessoas sérias e comprometidas com a saúde que trabalharam e trabalham para que todas as pessoas não precisem virar paciente. Basta ir atrás da informação certa, quando for fazer um exame ou algo preventivo.
Talvez essa crônica tenha sido inspirada, sem querer ter tido esta inspiração, num sonho que tive com meu pai, que teve todo o atendimento oncológico necessário, porém perante a um diagnóstico tardio. Sonhei que ele estava bem e, de repente, tudo acontecia novamente. O choro do meu sonho é apenas um gesto simbólico da saudade que sinto.
Povo de Imperatriz, acorde. Vocês são pessoas e não pacientes. Esta realidade precisa mudar, antes que seja tarde demais para outras pessoas.
Edição Nº 15366
Imperatriz tem qualidade de vida
Phelippe Duarte
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