Caio Duarte: Irmão você já leu a apresentação do livro do Seu Ildon?
Eu: Não. Deixa eu ver.
SILÊNCIO...................................
Ildon Marques de Sousa.
Parece nome de avenida no futuro. Mas como ainda não chegamos no futuro, falemos do presente e do passado, uma dupla que se mistura e causa emoções até em que tem as lágrimas secas. Eu, por exemplo, depois que tive filho, choro até com jingle de propaganda. Vai entender. Sábado passado, quando enfrentei uma justa fila de pessoas em busca do autógrafo de Ildon Marques de Sousa, em razão do lançamento de seu livro “Ildon Marques, de todas as lutas”, escrito com a inteligência sagaz de um exímio contador de histórias, e uma pitada de genética do jornalista Jurivê de Macedo, já que o mesmo é ( nunca deixará de ser por que já partiu), pai do jornalista Sérgio Macedo, dono das palavras da história escrita, eu me peguei num momento de xeque-mate. Um livro que fala em todas as lutas de um homem que começou a luta já ao nascer, poderia ter uma apresentação de todos os tipos, anedotas, contos ou lendas. Poderia ter uma escrita de próprio punho no início, como também tem no decorrer do livro. São 73 anos de Ildon Marques. E na apresentação da sua vida, o jornalista Sérgio Macedo deu à memória do meu pai, Cleonir Ferreira Santos, o melhor gesto que poderia oferecer como amigo que foi em vida. Quando menino, lembro da amizade de Sérgio e meu pai. A primeira lembrança que tenho é de histórias e piadas sendo contadas: quando um terminava o outro começava. Quando meu pai adoeceu, Sergio estendeu em São Luís, todo o apoio e atenção necessária. Da relação que tenho com os Macedo, tenho o privilégio de ter sido citado num texto de Jurivê de Macedo, na sua página no Jornal O PROGRESSO, (na ocasião ele elogiava meus escritos aqui neste jornal, e pedia para Academia Imperatrizense de Letras, ficar de olho em mim), e quando de sua passagem, li um texto em homenagem ao mesmo, para toda sua família em luto. Sou muito amigo de Daniel, filho de Sérgio, Diogo e Danilo, sobrinhos, e de Leandro e Macedo, que são irmãos de Sérgio. É uma honra, pois ali não é qualquer um que tem a amizade e a confiança deles. Para quem conheceu meu pai, sabe que a amizade para ele era algo sagrado. Ele não deixou riquezas materiais. Mas para quem veio lá da Barra do Corda, banhado pelo Rio Corda, não sabendo nem o que comer em Imperatriz, a maior conquista foram as amizades. Grandes amigos! E aqui, especifico Ildon Marques de Sousa. A presença do empresário era constante em minha casa. Mesmo Prefeito, Ildon se fazia presente. E com quase 10 anos de sua partida, a memória do meu pai ainda vive nas amizades que deixou. Ildon Marques sempre esteve comigo e meus irmãos. Sempre nos apoiou e nos deu oportunidades. Quando lancei meu primeiro livro de poesias, em 2004, ano em que Ildon ganhou as eleições municipais, ele estava lá no teatro, quando eu declamava meus devaneios. E tanto tempo depois, eu compro o seu livro, não sua história, e vejo na apresentação o primeiro nome: Cleonir Ferreira Santos. Se meu pai tinha uma herança guardada, ela ficou muito clara para mim e para meu irmão naquele momento, em que ao ler seu nome na apresentação da biografia de um dos homens mais importantes da história da nossa cidade, nós nos olhamos emocionados, e sem dizermos uma palavra, entendemos tudo. A maior herança de nosso pai, foram as amizades. Isso é uma riqueza que não tem valor calculado. É um prestígio que não se compra. Uma honraria, que poucos recebem e percebem que as tem. De onde estiver, meu pai sabe que fez o seu trabalho bem feito. E que no futuro, quando eu caminhar na avenida Ildon Marques de Sousa, ele vai estar me guiando, como fez em tantos caminhos da minha vida.
Obrigado Ildon Marques. Obrigado Sergio Macedo. De todas as palavras, não há uma que transmita a emoção da minha família, pela citação ao Negão. Pensando bem, talvez haja uma sim: Respeito.
Phelippe Duarte
Administrador e Publicitário
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